As taxas de juros de 10 anos dos EUA atingiram, nesta semana, um patamar de 4,32% ao ano – maior índice desde 2007. No Brasil, isso acendeu um alerta quanto a taxa de câmbio e migração dos investidores. No entanto, para Caio Megale, economista-chefe da XP Investimentos, é preciso tempo para medir os reais impactos.
“O Banco Central dos EUA teve que subir as taxas de juros como o mundo inteiro teve que fazer, a nossa vantagem é que a gente começou antes, o Brasil começou lá 2021… E foi importante (a elevação do juros) porque as pressões inflacionárias eram no mundo inteiro. Então, não adianta só um país subir os juros ou outro, era preciso que isso fosse feito de forma coordenada e agora está acontecendo”, declarou em entrevista ao BP Money, durante evento do 5º Aniversário do Grupo Business Bahia, nesta quinta-feira (24).
O economista ainda acrescentou que, se Banco Central Americano tiver que subir mais uma ou duas vezes as taxas de juros, isso vai “fazer parte desse ciclo de reequilíbrio e vai ser até positivo”. A preocupação que resiste, segundo Megale, é se, lá na frente, os juros irão recuar ao nível registrado pré-pandemia: “e isso a gente só vai descobrir ao longo do tempo.”
Sobre o Brasil, ele avalia que o Banco Central fez um trabalho importante de controlar as expectativas de inflação. “A nossa impressão é que (a Selic cairá) até uns 10,5%, um pouco mais ou um pouco menos. O importante é que essa queda será feita de forma sustentável, que é como parece que vai acontecer”, destaca.
Inflação ao consumidor (CPI) nos EUA sobe 0,2% em julho
O índice de preços ao consumidor (CPI) nos EUA apresentou um aumento de 0,2% em julho, após uma alta de 0,2% em junho, de acordo com os dados com ajuste sazonal divulgados nesta quinta-feira (10) pelo Departamento do Trabalho americano. Sendo assim, a inflação americana ficou em 3,2% no acumulado em 12 meses.
Desse modo, o indicador divulgado foi em linha com as estimativas do mercado, pelo consenso Refinitiv de analistas, que apontava para alta de 0,2% na leitura mensal e inflação de 3,3% em 12 meses.
Além disso, o núcleo da inflação, que desconsidera as variações de alimentos e energia, subiu 0,2% no mês e 4,7% nos últimos 12 meses. Em junho, a taxa acumulada estava em 4,8%.
As medidas de núcleo, por fim, ficaram dentro das projeções, uma vez que, o consenso Refinitiv previa variação mensal de 0,2% e anual de 4,8%.