O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou nesta sexta-feira (1º) que estão sendo estudadas medidas para melhorar o cartão de crédito.
“A gente tem hoje um parcelado sem juros que é 15% do crédito total. É bastante. Quando 15% do crédito é um instrumento que não incide juros, mostra que tem uma anomalia com o produto”, disse Campos Neto no evento Lide Brazil Development Forum, que ocorreu em Washington DC, nos EUA.
“As pessoas começaram a ter muito mais cartão, o cartão virou instrumento de fidelização, o que fez com que a inadimplência subisse muito”, argumentou o banqueiro.
Segundo Campos Neto, o produto precisa ser sustentável. “A gente tem medo que comece a ter uma inadimplência maior, que gere um travamento que faça com que o número de cartões caia abruptamente e afete o consumo”, pontuou.
Campos Neto diz que PIB do 2º trimestre foi uma boa surpresa
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ainda disse nesta sexta-feira (1) que a alta do PIB de 0,9% no segundo trimestre, ante os três meses anteriores, “foi uma boa surpresa”. A informação é do portal “Estadão”.
A declaração do banqueiro foi feita durante conversa com empresários antes da abertura do evento Lide Brazil Development Forum, que ocorrerá em Washington (EUA).
O AE-Projeções apontava que a mediana das expectativas de analistas para o indicador era uma elevação de 0,3% para o período.
Campos Neto se diz preocupado com projeção da dívida nos EUA
Além disso, Campos Neto também afirmou nesta sexta-feira que a projeção para a dívida pública dos EUA indica um cenário bastante preocupante, lembrando o alerta da Fitch na revisão da nota soberana do país.
O presidente do BC relatou que os EUA estão com uma política fiscal expansionista e que o governo norte-americano deve gastar perto de US$ 2 trilhões em 2023.
“Há ainda muitos gastos no segundo trimestre nos EUA, mas o excesso de poupança privada diminuiu”, destacou Campos Neto, que esteve no Lide Brazil Development Forum, que ocorre em Washington.
Segundo Campos Neto, outros países estão chamando atenção para os problemas fiscais, o que tem implicações para o Brasil. “Com todo mundo olhando o fiscal, sobe uma barra um pouco para o fiscal interno.”