Presente na Expert XP 2023, o ex-primeiro-ministro da Inglaterra, Boris Johnson, elogiou nesta sexta-feira (1º) o grupo dos BRICS, mas reiterou que as populações ainda preferem um bloco formado por países democráticos liberais.
“Adoro os BRICS, acho uma ótima ideia. No entanto, no final, a música que as pessoas querem ouvir são as músicas das democracias liberais”, disse Johnson.
“Quem é que você acha que as multidões brasileiras querem ver? Um astro do rock chinês? Não é o que as pessoas querem ver, logo o direcionamento está bem a favor das democracias liberais”, argumentou o ex-primeiro-ministro britânico.
Johnson diz ser cético sobre desacoplamento global
Quando questionado se acreditava na possibilidade de um desacoplamento global, Boris Johnson afirmou ser cético a respeito do tema, ressaltando que é preciso ter cuidado com a China.
“Eu sou um pouco cético a esse respeito, o mundo está mudando. As empresas chinesas estão crescendo e a China detém 30% das baterias. Nós não queremos entrar em uma guerra fria com ela, é preciso ter cuidado”, afirmou.
Apesar disso, Johnson ressaltou o poderio dos países ocidentais. “Minha mensagem pra vocês: não subestimem todos nós que pertencemos às democracias liberais”, alertou.
“A produtividade e potencial dos EUA é incrível, eu diria para vocês pensarem a esse respeito, China e Índia são civilizações muito antigas, e as Américas são mais atuais e vão continuar crescendo. A América está lotada de muito talento e muitas cidades incríveis”, acrescentou o ex-premiê britânico.
Johnson fala sobre conflito entre Rússia e Ucrânia
Ao falar sobre o conflito entre Rússia e Ucrânia, Johnson agradeceu ao Brasil por todo apoio dado ao país ucraniano, que foi invadido em fevereiro do ano passado.
“Em primeiro lugar, eu quero dizer que o apoio do Brasil tem sido robusto, forte e certo em relação à Ucrânia, agradeço ao País pelo apoio à Ucrânia”, disse.
O ex-primeiro-ministro da Inglaterra também se mostrou otimista com uma vitória ucraniana sobre o país russo. “Acho que a vitória vai acontecer, a vitória ucraniana é inevitável, pois eles estão lutando pelo seu país. O sentimento nacionalista é o maior sentimento que existe”, afirmou.
“Os ucranianos têm expulsado os russos de várias cidades do país. Eles têm todas as chances de, nas próximas semanas e meses, conseguir avançar no sul cortando aquela ponte, causando um pesadelo para os russos. Creio que será muito difícil para o Putin”, acrescentou Johnson.