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123 Milhas tem maior RJ  do Brasil em número de credores

Até agora, a agência de viagens tem em sua lista mais de 700 mil pessoas com créditos a receber

A recuperação judicial da 123 Milhas figura hoje como a maior em número de credores do Brasil. Até então, a maior era o segundo processo da Oi (OIBR3) deste ano, com 159 mil credores. Até agora, a agência de viagens tem em sua lista mais de 700 mil pessoas com créditos a receber e especialistas apontam que esse número pode ultrapassar 1 milhão, à medida que o processo caminha e novas dívidas são reconhecidas.

O levantamento foi feito por Tiago Mackey, sócio do Dcom Advogados e publicado pelo jornal “Valor Econômico”. A pesquisa apontou que a Oi também ocupava até então a segunda posição entre as RJs com maior número de credores com o seu primeiro processo, iniciado em 2016, com 67 mil. A Americanas (AMER3) tem 9.600 credores e a Ricardo Eletro, 7.900 credores. Vasp e Varig, cujos processos foram convertidos em falência, tinham 8.500 e 17.400 credores, respectivamente.

A Justiça de Belo Horizonte aceitou na quinta-feira (31) os pedidos de recuperação judicial da 123milhas, da Hotmilhas e da controladora Novum. Juntas, elas devem cerca de R$ 2,3 bilhões.

123Milhas: juiz proíbe que donos deixem o Brasil

A Justiça Federal proibiu que os donos da 123Milhas, Ramiro e Augusto Madureira, saiam do País. A decisão foi proferida na última sexta-feira (1º), pela 3ª Vara Federal Criminal de Belo Horizonte.

A decisão do juiz Edison Grillo atendeu a um pedido do deputado Áureo Ribeiro (Solidariedade), que preside a CPI das Pirâmides Financeiras, e tem validade até as 23h59 (de Brasília) da próxima quarta-feira (6), data em que os irmãos deverão prestar depoimento, sob risco de condução coercitiva.

Em seu despacho, o magistrado escreveu que Ramiro e Augusto foram convocados para prestarem depoimento na CPI como testemunhas e assim têm o dever jurídico só de comparecimento “não lhes sendo facultada a prerrogativa de a seu bel-prazer escolherem data de apresentação, pois, senão, eles teriam o condão de frustrar e dificultar as atividades investigativas da Comissão Parlamentar de Inquérito”.

Ribeiro também havia pedido à Justiça que determinasse a apreensão dos passaportes dos sócios da 123Milhas, mas Grillo negou a solicitação.

A CPI das Pirâmides Financeiras está investigando indícios de fraude de empresas de serviços que prometem gerar patrimônio por meio de criptomoedas. Para o presidente da comissão e para o relator, deputado Ricardo Silva (PSD), o negócio é parecido com um esquema de pirâmide financeira.

“A atuação da 123Milhas em muito se assemelha aos casos de pirâmides financeiras, em que são necessários cada vez mais recursos para realizar a sua manutenção, e a tendência é o colapso do esquema e a ruína dos participantes, que, muitas vezes de boa-fé, realizaram as suas compras e jamais recuperarão os seus recursos”, disse Ribeiro.