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Argentina: IFF condena dolarização da economia proposta por Milei

Segundo o IFF, uma possível dolarização poderia impactar de forma negativa a economia na Argentina

O Instituto Internacional de Finanças (IIF, na sigla em inglês), publicou um relatório no qual condenou a proposta de dolarização da economia da Argentina do candidato à presidência Javier Milei.

Na avaliação do IFF, uma possível dolarização completa da economia da Argentina poderia reduzir a flexibilidade cambial do país, provocar um atraso cambial e implicar em custo elevados de crescimento a longo prazo.

A entidade, uma associação global do setor financeiro com participantes de mais de 60 países, emitiu nesta sexta-feira (8) um relatório criticando duramente as propostas de Milei, ressaltando os impactos negativos ante os poucos benefícios que as mudanças iriam trazer para a economia argentina.

Segundo o documento, a dolarização de uma economia aumenta o custo da desvalorização da moeda dentro do país, mas acaba a opção de lidar com isso como política monetária, e relembrou que outros casos de dolarização resultaram em “profundas recessões”, segundo o IIF.

O instituto usou como exemplo o Equador, que após dolarizar sua economia em 2000, conseguiu controlar sua inflação, mas desde então vem crescendo abaixo da média da região.

Para o IIF, a dolarização é uma “camisa de força” que facilita uma rápida desinflação às custas de um crescimento estagnado no médio prazo. A instituição desaconselha a implementação na Argentina “dado que a desinflação pode ser alcançada tornando o banco central completamente independente, o caminho seguido por grande parte do resto da América Latina.

O instituto propõe que o problema da economia local é a ampla brecha cambial devido à fixação da taxa de câmbio oficial em um contexto de inflação alta que “trava” as eventuais melhorias de competitividade da desvalorização.

Com informações do “Valor Econômico”.

Milei apresenta planos econômicos ao FMI

Javier Milei, candidato da extrema direita argentina que saiu vitorioso das primárias, se reuniu com representantes do FMI (Fundo Monetário Internacional) no dia 18 de agosto e apresentou seu plano para o futuro econômico do país caso vença a eleição presidencial.

“O diretor do Hemisfério Ocidental, Rodrigo Valdés, e outros integrantes do FMI se reuniram virtualmente com o senhor Milei e sua equipe nesta manhã. A discussão foi uma oportunidade para trocar pontos de vista sobre as perspectivas econômicas atuais da Argentina e entender suas prioridades da política econômica”, afirmou o próprio FMI em comunicado nesta sexta.

O FMI já havia sinalizado nos últimos meses que levaria o vencedor das primárias para dentro da negociação que realiza na Argentina, para entender os planos do eventual próximo governo. O Fundo esclareceu que o encontro foi “parte dos contatos regulares e rotineiros com uma ampla gama de políticos e economistas”.

Segundo a imprensa argentina, a equipe de Milei apresentou um pacote de reformas com sete pontos: um ajuste fiscal mais forte do que o exigido pelo FMI, fim do déficit financeiro com corte de gastos, abertura da economia, reforma do Estado, modernização das leis trabalhistas e uma reforma monetária que acabe com o banco central.

O governo argentino vem negociando com o FMI o adiantamento de desembolsos do programa de US$ 44 bilhões para tentar aliviar o cenário de crise. Nesta semana, o ministro da Economia e candidato presidencial peronista, Sergio Massa, viajou aos EUA para se reunir com o Fundo.

Após as primárias, o FMI elogiou as medidas de desvalorização do peso e afirmou que reunirá a diretoria no dia 23 para “aprovar os pagamentos acordados” anteriormente.