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Engie deve gastar US$ 2,1 bi para comprar ativos de biometano

Companhia francesa pretende destinar dois terços de seus investimentos em energia renovável em M&As, diz diretora

A Engie (EGIE3), empresa de energia francesa, poderá desembolsar cerca de US$ 2,1 bilhões até ao final de 2030 para adquirir e atualizar ativos de biometano na Europa, à medida que os clientes abandonam os combustíveis fósseis.

Os países membros da União Europeia estão cada vez mais favoráveis à adoção de gases renováveis, como o biometano, que é produzido a partir da reciclagem de resíduos agrícolas e outros materiais orgânicos. 

Nesse sentido, essa tendência visa substituir o uso de gás natural, contribuindo assim para a luta contra o aquecimento global. Sendo assim, a urgência dessa transição ficou ainda mais evidente após a redução no fornecimento de gás por parte da Rússia, ocorrida em meio à crise energética mais grave enfrentada pelo continente europeu em muitas décadas, desencadeada pela invasão da Ucrânia.

A Engie informou este ano que planeja investir 3 bilhões de euros para aumentar a sua produção de biometano em mais de 10 vezes até 2030 na Europa. 

Sendo assim, um terço desse valor pode ser gasto no desenvolvimento de projetos próprios, enquanto cerca de dois terços poderiam ser usados ​​para aquisições de empresas ou fábricas, bem como para a sua modernização e expansão, disse Camille Bonenfant-Jeanneney, chefe de gases renováveis da Engie ​​na Europa. em uma apresentação nesta quinta-feira (21).

“Temos projetos em desenvolvimento ou de aquisições na Holanda e na Alemanha, e projetos greenfield em Itália, Polónia e Bélgica”, enquanto a Engie também planeia expandir-se em França, Reino Unido e Espanha, disse Bonenfant-Jeanneney. “Precisamos misturar os tipos de crescimento, porque o desenvolvimento de projetos greenfield tem prazos de entrega bastante longos.”

Por fim, o principal fornecedor francês de gás, que tem como meta uma produção de biometano de 10 terawatts-hora na Europa até 2030, tinha uma capacidade instalada de 670 gigawatts-hora em França no final de junho.

Engie tem lucro líquido de R$ 733 mi no 2T23

A Engie Brasil divulgou no início de agosto, seu balanço do segundo trimestre de 2023. A companhia reportou lucro líquido de R$ 733 milhões, alta de 85,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. Já o lucro líquido ajustado totalizou R$ 806 milhões, representando um avanço anual de 56,8%.

A receita operacional líquida somou R$ 2,61 bilhões entre abril e junho deste ano, queda de 12,9% em comparação com o mesmo trimestre de 2023.

O Ebitda (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da Engie, por sua vez, foi de R$ 1,79 bilhão, recuo anual de 5,2%. Já a margem Ebitda ajustada foi de 68,9%, acréscimo de 5,6 pontos percentuais (p.p.) em relação ao mesmo trimestre do ano passado.

No segundo trimestre deste ano, o Retorno sobre o Patrimônio (ROE) Ajustado foi de 35,1%, avanço de 2,7 p.p. sobre a mesma etapa de 2022.

As despesas com vendas, gerais e administrativas somaram R$ 108,5 milhões entre abril e junho deste ano, um crescimento de 40,5% em relação ao mesmo período de 2022.

Já o resultado financeiro líquido foi negativo em R$ 492 milhões, uma diminuição de 49,8% sobre as perdas financeiras da mesma etapa do ano passado.

Em 30 de junho de 2023, a dívida líquida da Engie somava R$ 13,89 bilhões, queda anual de 15%. O indicador de alavancagem financeira, medido pela dívida líquida/Ebitda ajustado, ficou em 2 vezes em junho/23, queda de 0,1 p.p. em relação a março de 2023.