Dólar avança, supera os R$ 5 e tem maior cotação em 4 meses

Embora o Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, tenha encerrado a sessão desta quarta-feira (27) com alta de 0,12%, o dólar voltou a avançar e atingiu o seu maior patamar nos últimos quatro meses.

A moeda americana fechou o dia cotada a R$ 5,04, um avanço de 1,22%. Desde 31 de maio, quando encerrou a sessão valendo R$ 5,073, o dólar não havia se valorizado tanto.

A alta da moeda americana pode ser explicada, principalmente, pelo impacto da perspectiva de manutenção de juros altos nos Estados Unidos. Em sua última reunião, o Fed (Federal Reserve, o Banco Central norte-americano) optou por manter suas taxas de juros inalteradas, mas não descartou novos aumentos nos próximos meses e já sinalizou que devem continuar elevadas para 2024.

Com o alto patamar da taxa de juros, a rentabilidade dos títulos públicos dos EUA tem aumentado, atraindo o dinheiro dos investidores do mundo inteiro, impactando o Brasil.

Apesar do aumento, economistas ouvidos para o último Boletim Focus, do BC (Banco Central), acreditam que a moeda pode cair um pouco e deve chegar a R$ 4,95 ao fim de 2023. Já para 2024, a previsão é de R$ 5, de R$ 5,10 em 2025, e de R$ 5,19 em 2026.

Para o Uol, o diretor de câmbio da Trace, Evandro Caciano, disse que no curto prazo, o BC pode intervir para baixar a cotação nos próximos dias. O economista explica que a cotação que o governo usa para pagar suas contas em dólar é a do último dia útil do mês, que cai nesta sexta (29). “Então, pode ser que o BC faca leilão de dólares para baixar a cotação nesse dia”, diz ele.