Mercado

Magazine Luiza (MGLU3) atinge mínima do ano na B3

O pregão desta quarta (27), representa a sétima sessão sem ganhos na Bolsa de Valores da varejista

Os papéis do Magazine Luiza (MGLU3), nesta quarta-feira (27), apresentaram fortes quedas, o que representa a sétima sessão sem registrar alta da varejista na Bolsa de Valores (B3), que,  assim como outras ações de consumo, têm sentido o efeito das últimas decisões dos bancos centrais em relação aos juros.

Sendo assim, o Magazine Luiza está cada vez mais próximo do patamar dos R$ 2, com a baixa de 2,86% nesta quarta. Atualmente, as ações da varejista são cotadas a R$ 2,04, isso quer dizer que, é o menor patamar deste ano.

Vale lembrar que, na semana passada, o Federal Reserve (Fed) pausou o ciclo de aperto monetário nos EUA na faixa dos 5,25-5,50%. Ao mesmo tempo, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central realizou um novo corte de 0,50 ponto percentual na taxa Selic. Ambas as decisões eram amplamente esperadas por agentes financeiros.

A surpresa do mercado, em relação à decisão dos dois órgãos, foi a postura mais dura nos comunicados, desapontando aqueles que esperavam indicações mais favoráveis em relação à política de aperto nos EUA e ao ritmo de redução das taxas de juros no Brasil.

Nos EUA, em particular, o Banco Central deu a entender que manterá as taxas de juros em níveis elevados por um período prolongado.

No Brasil, por sua vez, a Ata da mais recente reunião do Copom, divulgada esta semana, reforçou a posição das autoridades em relação ao ritmo de redução das taxas de juros no país. O Copom parece não estar inclinado a acelerar o processo de flexibilização da taxa Selic, desapontando as expectativas dos otimistas que esperavam um corte de 0,75 ponto percentual.

Toda essa situação acabou causando volatilidade na curva de juros, afetando diretamente as ações mais suscetíveis a essas flutuações, especialmente no setor varejista.

Magazine Luiza (MGLU3): Itaú BBA corta preço-alvo

As ações da Magazine Luiza (MGLU3) tiveram seu preço-alvo cortado de R$ 3,20 para R$ 3,00 pelo Itaú BBA (ITUB4). Apesar disso, o banco brasileiro manteve recomendação neutra para os papéis da varejista.

Em relatório, o time do Itaú BBA incorporou os resultados mais recentes da varejista, bem como previsões do cenário macroeconômico atualizadas e suposições sobre o custo de capital.

Os analistas do banco reiteraram que o modelo atual inclui o estudo fiscal de juros sobre o patrimônio líquido e a isenção de imposto de renda para subvenções a investimentos. Consequentemente, o BBA forneceu estimativas desconsiderando esses efeitos.

Segundo projeções da instituição financeira, o volume bruto de vendas (GMV, na sigla em inglês) online do Magalu deve somar R$ 44,7 bilhões em 2023 e R$ 50,9 bilhões em 2024, queda de 6% e 7% em relação às estimativas anteriores, respectivamente.

No canal de lojas físicas, o Itaú BBA reduziu suas estimativas em 7% para 2023 e em 9% para 2024. Como resultado, é esperado que a receita líquida alcance R$ 38,1 bilhões em 2023 e R$ 41,6 bilhões no ano seguinte.

Além disso, o banco projeta um prejuízo líquido de R$ 672 milhões em 2023, mas um lucro líquido de R$ 202 milhões em 2024, apoiado por ganhos de rentabilidade e previsões de taxas de juros mais baixas.

“Continuamos vendo a empresa bem posicionada para sustentar sua posição como um dos principais players do setor. Mas o dinamismo de curto prazo, mais desafiante do que o previsto, levou a uma revisão em baixa das nossas estimativas”, afirmou o documento do BBA sobre o Magazine Luiza.