As ações da incorporadora chinesa Evergrande foram suspensas da Bolsa de Hong Kong nesta quinta-feira (28), após relatos sobre a detenção do seu fundador começarem a circular.
De acordo com a agência Bloomberg News, Hui Ka Yan, presidente e acionista controlador do grupo, foi levado pela polícia chinesa no início do mês de setembro e segue sob vigilância.
Evergrande não paga dívida e cancela encontro com credores
A incorporadora chinesa Evergrande comunicou nesta segunda-feira (25) que sua subsidiária Hengda Real Estate Group não pagou 4 bilhões de yuans (US$ 547 milhões) em principal mais juros, com vencimento em 25 de setembro a um título onshore.
Em março, a unidade deixou de pagar juros sobre títulos em yuan emitidos em 2020 e disse que negociaria “ativamente” com os detentores para encontrar uma solução o mais rápido possível, promessa que reiterou no comunicado de hoje.
Também nesta segunda, o site chinês Caixin informou que Xia Haijun, ex-diretor executivo da Evergrande, e Pan Darong, ex-diretor financeiro, foram detidos pelas autoridades chinesas.
A Evergrande está correndo contra o tempo para colocar de volta nos trilhos o que seria uma das maiores reestruturações de todos os tempos no país, depois que os contratempos dos últimos dias aumentaram o risco de uma possível liquidação.
A empresa cancelou reuniões importantes com credores no último minuto, dizendo que precisa rever seu plano de reestruturação, enfrentou a detenção de funcionários da unidade de gestão de dinheiro e não conseguiu atender às qualificações dos reguladores para emitir novos títulos.
Esse último item é um grande golpe para a reestruturação planejada de pelo menos US$ 30 bilhões de dívidas offshore, que faria com que os credores trocassem as notas inadimplentes por novos títulos. As ações da Evergrande caíram até 25% na segunda-feira.
Com informações da Bloomberg.
Evergrande diz estar impossibilitada de emitir novos títulos
A Evergrande comunicou ao mercado no domingo (24), que está impossibilitada de emitir novos títulos, em mais um desdobramento da crise de liquidez que se abateu sobre a incorporadora imobiliária chinesa.
O anúncio aconteceu dois dias após a Evergrande informar o cancelamento de um programa de reestruturação de dívidas. Em documento protocolado na Bolsa de Hong Kong, a companhia afirmou que a subsidiária Hengda Real Estate é alvo de uma investigação da Comissão Reguladora de Valores da China por possíveis violações a normas de divulgação de informações.
De acordo com a nota, essa apuração impede a emissão de novas notas.”Os detentores de títulos da empresa e potenciais investidores da empresa são aconselhados a ter cautela ao negociar os valores mobiliários da companhia”, diz a Evergrande.