O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou nesta sexta-feira (6) estar “preocupado” com o olhar do governo sobre a questão fiscal. Segundo ele, apesar de enxergar um cenário positivo, o Executivo pode “desperdiçar uma oportunidade” se não se atentar ao tema.
“Eu espero que a gente tenha atenção com a questão fiscal, que é a alavanca para o Brasil”, disse Tarcísio após participar de um evento promovido pela Comunitas.
Para o governador, há uma elevação de déficit e de gasto público, pontos que o Governo Federal deverá trabalhar futuramente. “Acho que em algum momento a gente vai ter que ter uma atenção no que diz respeito à contenção de gastos e isso é fundamental”, ressaltou Tarcísio.
Campos Neto defende meta fiscal e propõe reformas adicionais
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou na última segunda-feira (2) que tem apoiado o governo a persistir na busca pela meta fiscal de 2024.
“Temos apoiado bastante o governo para persistir na meta fiscal. No fim das contas estamos olhando para a estabilidade da trajetória de dívida de média e longo prazo, e é importante persistir na meta”, disse Campos Neto em evento da Associação Brasileira de Câmbio (Abracam), em São Paulo.
De acordo com o presidente da autarquia, o Brasil tem dificuldade estrutural de cortar gastos públicos. Por conta disso, o banqueiro defendeu que “reformas adicionais” podem ajudar a cortar despesas no País.
Além disso, Campos Neto também destacou que é importante o Brasil “ter um arcabouço fiscal, no qual o mercado acredite que vai gerar uma situação fiscal mais equilibrada à frente.”
Lula diz que ninguém dará ‘cavalo de pau’ na economia
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reforçou no fim de setembro as promessas do governo na área econômica e afirmou que não será dado um “cavalo de pau” no setor.
“Aqui, ninguém vai dar cavalo de pau na economia, não vamos inventar. A gente vai fazer o que precisa fazer”, disse Lula, em lançamento de estratégia para Complexo Econômico-Industrial da Saúde.
O petista pontuou que seu governo irá tratar “todo mundo com muito respeito”, mas ponderou que “as pessoas mais necessitadas e trabalhadores mais pobres terão atenção especial desse governo”.
A fala de Lula ocorreu em meio ao ceticismo de membros do Legislativo, que serão responsáveis em aprovar o Orçamento de 2024, sobre a meta fiscal para o ano que vem do governo de zerar o déficit das contas públicas.
Relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias, o deputado Danilo Forte (União-CE) chegou a dizer que o compromisso é “quase impossível”.
Para zerar o déficit, o governo de Lula terá que cortar despesas e/ou aumentar a arrecadação.