A Justiça de São Paulo decretou a falência da Saraiva (SLED4) na sexta-feira (6). A rede de livrarias fez o pedido de falência na última quarta-feira (4) junto à 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Foro Central da Comarca da Capital.
A Saraiva solicitou a recuperação judicial em 2018, quando estava endividada em R$ 675 milhões. Em meados de setembro, a empresa reportou a demissão de seus funcionários. Na ocasião, a rede, que já foi a maior do Brasil, com cerca de 100 livrarias, fechou as últimas cinco lojas físicas.
Além disso, no dia 23 de setembro, o diretor presidente e diretor de Relações com o Mercado, Jorge Saraiva Neto, e o diretor vice-presidente da companhia, Oscar Pessoa Filho, renunciaram aos respectivos cargos.
No segundo trimestre deste ano, o prejuízo operacional da Saraiva foi de R$ 11 milhões, 16% maior do que o apresentado um ano antes. A receita líquida nas lojas físicas caiu 60,2% na comparação anual, para R$ 7,2 milhões, enquanto a receita no site encolheu 78%, para 128 mil.
Pedido de autofalência
Na petição apresentada pelo TWZ Advogados (Thomaz Bastos, Waisberg e Kurzweil), escritório que representa a Saraiva, divulgada pela Bloomberg Línea, são apresentadas as alegações da companhia para o pedido, um reconhecimento de que não tem mais condições de continuar a operar.
“A Saraiva encontra-se atualmente em uma grave (e insanável) crise econômico-financeira e não tem mais qualquer possibilidade de dar prosseguimento à sua atividade empresarial”, diz a empresa na petição.
“Por mais que tenha reunido as condições necessárias para pleitear a sua recuperação judicial, como o fez há 5 (cinco) anos, no final de 2018, a situação é, hoje, ainda mais delicada, não havendo mais alternativa senão o requerimento de sua própria falência, para a liquidação da empresa e o pagamento de seus credores”, completou a Saraiva no documento.