Ainda há quem tenha dúvidas a respeito dos Fiagros por se tratar de um produto financeiro criado recentemente e, por este motivo, prefere manter seus recursos em outros ativos enquanto observam o comportamento deste novo tipo de fundo, que é baseado na cadeia do agronegócio. É natural que isso ocorra, pois é necessário agir com segurança. E nada melhor do que observar de longe antes de arriscar.
Mas, para quem pertence a esse “cuidadoso” grupo de investidores, sinto dizer que tanto ceticismo mais atrapalha do que ajuda na busca por rentabilidade com segurança. Com relação ao Fiagro em si, vale aqui ressaltar que, justamente por ser novo, suas regras e objetivos estão devidamente alinhadas com as necessidades atuais do setor como um todo.
Por mais recente que tenha sido sua criação, os órgãos reguladores tiveram o cuidado de não se aventurarem com ideias mirabolantes. Ao contrário, o regramento tem como base o FII, tão conhecido dos investidores brasileiros. Por si só, esses dois pontos dão mais segurança. Mas não são as únicas razões para posicionarmos parte de nosso capital em Fiagro, há outras.
E quais são? Pois bem, o agronegócio brasileiro representa cerca de 30% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional e alimenta em torno de 10% da população mundial. Esse percentual tende a crescer nos próximos anos, aumentando a relevância da nossa produção em termos globais. Atualmente, o Brasil é líder mundial na exportação de milho, soja, carne bovina, carne de frango, café, suco de laranja e açúcar, sem contar nossa relevância na produção e exportação de carne suína entre outros itens.
Resumindo, investir em Fiagro é apostar em um setor que está em franco crescimento. E quem aporta recursos neste tipo de fundo tende a crescer junto com o setor. O que faz o investidor que tem ações de uma companhia ou setor que vai mal? Vende a ação porque sabe que o caminho do seu dinheiro será se desvalorizar. Da mesma forma, estar posicionado em empresa ou setor que só faz crescer, como é o agro, significa ver o dinheiro render.
Existe, porém, outra razão para investir em Fiagro. A pujança vem acompanhada de desafios. Para manter o nível de crescimento a cadeia do agronegócio precisa constantemente de financiamento. O Plano Safra contribui com 40% das necessidades. Mas e o resto? Os bancos tradicionais contribuem, mas com limitações, principalmente quanto ao custo dos empréstimos. Por esse motivo, o Fiagro tem um papel fundamental que é de ser mais uma ferramenta de financiamento do agro.
Como se vê, ele foi criado para exercer um papel central na cadeia produtiva. E entenda-se por cadeia produtiva não apenas a agricultura e a agropecuária, mas todas as empresas envolvidas. Um Fiagro pode ser composto por ativos diversos como uma fazenda produtora de milho, uma fábrica de fertilizantes ou de máquinas agrícolas, empresas de tecnologia para o setor rural, fabricantes de derivados como etanol, óleos, etc. As oportunidades são muitas, e o investidor pode escolher o fundo que mais atende ao seu perfil.
Não por acaso, o patrimônio dos Fiagros vem crescendo rapidamente. Segundo a Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), em dezembro de 2022 o patrimônio líquido era de R% 10,7 bilhões e, ao final de agosto de 2023, já estava em R$ 15,8 bilhões. No mesmo período, a quantidade de fundos saltou de 47 para 68 e o de contas abertas subiu de 180 mil para 540 mil. Vemos aí que mais e mais investidores percebem as vantagens dos Fiagros.