Proprietários de carros elétricos de nove estados e Distrito Federal já contam com incentivos para seus veículos, seja com isenção total ou redução do IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores).
Segundo levantamento feito pelo “O Globo”, outros três estados estão no processo para adotar o benefício fiscal. Apesar das regras para aplicação variarem conforme o local, o objetivo comum é o incentivo do uso de carros elétricos, que atende a pautas voltadas para sustentabilidade.
Os estados que contam com benefício de isenção ou redução são: Alagoas, Ceará, Distrito Federal, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul.
Já Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Piauí e Rondônia não contam com benefícios, enquanto Bahia, São Paulo e Pará caminham para ter em breve.
Carros elétricos: multiplicar pontos de recargas ainda é desafio
Com a confirmação da instalação de sua primeira fábrica de veículos elétricos no Brasil, a montadora chinesa BYD despertou o interesse dos consumidores brasileiros.
Porém, com a iminente popularização dos carros elétricos, uma outra questão vem à tona: onde esses carros serão recarregados para poder circular nas ruas do Brasil? Segundo a ABVE (Associação Brasileira de Veículos Elétricos) hoje existem pouco mais de 3500 pontos de recargas espalhados pelo País, sendo que quase 50% desse total está concentrado no estado de São Paulo.
Para reverter esse quadro, a aposta de empresários do setor ouvidos pelo BP Money é de que a oferta de pontos de recarga acompanhe a popularização dos veículos elétricos no Brasil.
“A gente deveria ter uma relação de 1 carregador para cada 10 carros elétricos em circulação, que é a média europeia, norte-americana, mas ainda não é a realidade do Brasil. Então, quando a gente vê a projeção de uma frota para 2030 de 5% da frota circulante, com base nos 60 milhões de veículos circulando hoje, estamos falando de 3 milhões de carros em 2030 eletrificados. Daria uma demanda de 300 mil pontos de 1 para 10 carros, que é a média mundial. Agora como a gente vai sair desses 3 mil para os 300 mil pontos nos próximos 10 anos? A gente vai ter que ter um crescimento pari passu com o crescimento da frota em si”, projeta o diretor executivo da Voltbras, Bernardo Duriex.
Para o CEO da Tupinambá Energia, Davi Bertoncello, a chegada da BYD, assim como a produção da GWM, montadora chinesa de carros elétricos com fábrica em São Paulo, são os principais incentivos até o momento para o crescimento de pontos de recarga de energia, porém ele cobra mais empenho do poder público para que esse processo possa ser acelerado.
“Sem dúvida é uma iniciativa importante. Porém, quando se compara aos benefícios concedidos aos combustíveis fósseis e sua economia, é muito tímida. Temos uma matriz elétrica 92% renovável e abundante, além de todos os minerais necessários para fabricação das baterias e dos motores. Veículos elétricos são o futuro, não apenas pelas menores emissões, mas principalmente por oferecerem uma melhor experiência. O Brasil precisa adotar uma postura de protagonismo, sob o risco de novamente vivermos em uma situação de reserva de mercado com produtos obsoletos e de pouco interesse comercial internacional. Os empregos de amanhã não estão mais apenas nas linhas de usinagem da indústria tradicional, eles estarão também nas linhas de código do software da indústria da eletromobilidade e das energias renováveis”, pontuou.