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PIB da China cresce mais que o esperado no 3T23

A economia chinesa apresentou um avanço de 1,3% entre julho e setembro na comparação trimestral

O Produto Interno Bruto (PIB) da China divulgado na noite desta terça-feira (16), apresentou um crescimento maior do que o esperado pelos analistas do mercado no terceiro trimestre do ano (3T23), apesar do avanço da economia ter ficado abaixo do verificado no segundo trimestre (2T23)

De acordo com os dados oficiais, a economia chinesa apresentou um avanço de 1,3% entre julho e setembro na comparação trimestral e 4,9% na comparação com o mesmo período do ano passado.

Segundo o consenso Refinitiv, os analistas projetavam que a economia chinesa tivesse avançado 1,0% na comparação trimestral e 4,4% na anual.

No segundo trimestre, o PIB chinês havia apresentado ao mercado um crescimento de 0,5% frente ao primeiro trimestre do ano e 6,3% na comparação com o mesmo trimestre do ano passado.

No acumulado do ano, o PIB da China alcançou 91,3 trilhões de yuans (equivalente a aproximadamente US$ 12,7 trilhões), resultando em um crescimento de 5,2% no acumulado do ano, de acordo com informações divulgadas pelo Departamento Nacional de Estatísticas.

Evergrande: investidores temem “colapso incontrolável” na China

Investidores da Evergrande temem que a desistência da gigante do mercado imobiliário da China de levar adiante um plano de reestruturação de US$ 19 bilhões possa gerar um “colapso incontrolável” do setor no país asiático.

Em comunicado emitido na segunda-feira (9), o grupo de investidores, que detém mais de US$ 6 bilhões em ações da companhia, disse esperar que a empresa siga em frente com o plano de reestruturação de sua dívida. Eles questionaram os esforços da companhia para obter o apoio de autoridades reguladoras do país.

A suposta falta de empenho da Evergrande para viabilizar a reestruturação afetará, inevitavelmente, outras companhias do setor imobiliário chinês, avaliam.“Qualquer reestruturação offshore das empresas imobiliárias chinesas pode se tornar uma missão impossível”, dizem os investidores no comunicado.

Em meados de agosto, os mercados foram surpreendidos pela Evergrande, gigante chinesa da construção, que solicitou um pedido de proteção contra falência, o conhecido “Capítulo 15”, em Nova York. Este movimento ligou todos os alertas, devido ao histórico de problemas da companhia.

Em 2021, a Evergrande enfrentou uma crise de liquidez ao não conseguir emitir pagamentos sobre os juros de empréstimos vencidos. Na época, a preocupação era de que a quebra da incorporadora gerasse um efeito cascata, provocando uma crise global – chegando a ser comparada com o caso ‘Lehman Brothers’, um dos bancos responsáveis pela crise econômica de 2008.

No ano de 2021, a Evergrande contabilizou prejuízo de US$ 65,4 bilhões e de US$ 14,5 bilhões em 2022. Apesar das dívidas bilionárias, a empresa conseguiu resistir, mas agora o mercado mundial volta a questionar o que pode acontecer em caso de possível quebra da gigante. Para Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos, as atenções devem se voltar para como o governo chinês irá se posicionar em relação ao setor imobiliário.

“Os dados continuam ruins, a gente tem sinais que são negativos do setor de construção civil na China e que levaram inclusive ao Banco Central chinês a diminuir as suas taxas médias e taxas de baixíssimo prazo. Ainda não mexeram nas taxas de juros principais, mas a gente tem que ficar de olho”, declarou.