Política

Bancos apresentam expectativa de melhores lucros no 3º Trimestre

A temporada de resultados do terceiro trimestre para os bancos no Brasil aparenta ser mais promissora em comparação com trimestres anteriores.

A temporada de resultados do terceiro trimestre para os bancos no Brasil aparenta ser mais promissora em comparação com trimestres anteriores. Após os desafios decorrentes do caso Americanas no primeiro semestre, o crédito para empresas deve retomar seu vigor, enquanto a inadimplência entre pessoas físicas dá indícios de estabilização e, possivelmente, um começo de queda. Analistas esperam que o Itaú Unibanco e o Banco do Brasil mantenham seu bom desempenho, enquanto o Bradesco e o Santander sinalizam que o pior pode ter ficado para trás.

Uma pesquisa realizada pelo Valor com sete instituições revela que os principais bancos de capital aberto no Brasil devem somar um lucro médio combinado de R$ 25,095 bilhões no terceiro trimestre, representando um aumento de 3% em relação ao trimestre anterior. Essas projeções indicam um leve avanço de 1,2% em comparação com o mesmo período do ano anterior. A filial brasileira do banco espanhol Santander será a primeira a divulgar seus resultados, no dia 25.

Os bancos já vinham apontando que o segundo semestre seria mais favorável, principalmente devido ao ciclo de redução das taxas de juros. No primeiro semestre, a inflação afetou a capacidade de pagamento das famílias, especialmente as de baixa renda, levando a um aumento na inadimplência e nas provisões para devedores duvidosos. Agora, com a inflação e a taxa Selic em trajetória de queda, juntamente com surpresas positivas nos indicadores de atividade, espera-se que os resultados melhorem. O programa de renegociação de dívidas do governo federal, o Desenrola, também contribui, embora não se espere um impacto direto tão expressivo nos balanços.

De acordo com analistas do Goldman Sachs, liderados por Tito Labarta, as tendências são favoráveis. Eles acreditam que, apesar da desaceleração geral no crescimento do crédito ao longo do ano, o Itaú e o Banco do Brasil estão em melhor posição para expandir suas carteiras, devido à sua exposição à alta renda e ao segmento rural, respectivamente, além de uma melhor qualidade dos ativos. “Acreditamos que os investidores direcionarão sua atenção para os principais impulsionadores do crescimento, em vez de se preocuparem com a qualidade dos ativos, à medida que o custo do risco e a inadimplência parecem estar atingindo o pico”, afirmaram em um relatório.