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Maior escritório da XP (XPBR31) desiste de se tornar corretora

A Messem e a Faros, dois dos maiores escritórios da XP, desistiram do plano de se tornar uma ‘corretora light'

A Messem e a Faros, dois dos maiores escritórios da XP Investimentos (XPBR31), desistiram do plano de se tornar uma ‘corretora light’, citando o ônus regulatório da conversão. As informações são do portal “Brazil Journal”.

Os dois escritórios, que anunciaram uma fusão em abril e hoje têm R$ 65 bilhões sob custódia, revelaram que começarão a operar sob uma marca única nos próximos meses e buscarão crescer seus ativos por meio de aquisições.

A mudança na estratégia da empresa, que foi rebatizada de Fami Capital, surge em meio a um mercado de capitais enfraquecido. Além disso, uma mudança na regulação, que passou a permitir a sócios capitalistas investir nos AAIs, acabou sendo determinante.

Antes, só os próprios agentes autônomos podiam ser sócios dos escritórios, mas corretoras como XP fizeram diversos acordos de investimentos envolvendo aportes diretos em seus AAIs – em troca de contratos de exclusividade de longo prazo, mas sem equity (participação acionária) – e aportes futuros nas DTVMs a serem constituídas, com a XP tornando-se minoritário relevante destes.

Em maio de 2021, a XP anunciou a compra de 49,9% da futura Messem DTVM. Posteriormente, a corretora anunciou uma aquisição de 28% da DTVM da Faros. Nos últimos dias, depois da decisão da Fami de se manter no modelo atual, a XP refez os acordos e repensou sua participação no negócio combinado, ficando com um stake entre 30% e 40%.

Segundo o “Brazil Journal”, o acordo da Fami surge semanas depois da Monte Bravo ter obtido junto ao Banco Central sua licença de ‘corretora light’, tornando-se o primeiro AAI vinculado à XP a efetivar esse movimento.

De acordo com Samy Botsman, o chairman (presidente do conselho) da Fami, a ideia de criar a corretora foi o caminho encontrado para conseguir receber o investimento da XP, pois a nova regulação da CVM ainda não havia saído.

“Mas quando nos juntamos e vimos a complexidade de montar uma corretora, mesmo sendo light, começamos a repensar,” disse Sami ao “Brazil Journal”.

“Nosso processo estava em fase final no BC, mas quando saiu a legislação acendeu o sinal amarelo e começamos a fazer conta, ver as questões operacionais, fiscais, e calcular todos os riscos”, acrescentou.