A venda da Amil pela United Health Group (UHG) pode ser finalizada até o primeiro trimestre de 2024. O processo ocorre vários anos após rumores e tentativas malsucedidas de vender ao menos parte do negócio. Agora, a empresa norte-americana, que adquiriu a Amil em 2012 por R$ 6,5 bilhões, tem o objetivo de vender a totalidade da empresa por mais de R$ 10 bilhões, sem qualquer divisão.
O empresário Nelson Tanure também teria apresentado uma proposta. No ano passado, Tanure adquiriu o controle da Alliar, um grupo de medicina diagnóstica, que é a única operação que não faz parte do portfólio da Amil.
A coluna do Estadão apurou que, as propostas não vinculativas estão girando em torno dessa cifra, e há mais de seis interessados na aquisição. O prazo para a apresentação dessas propostas na primeira fase se encerrou na última sexta-feira (27).
Outros interessados pela Amil
Agora, durante esta semana, serão escolhidos os interessados que terão a oportunidade de realizar uma análise mais aprofundada nos dados (due diligence) e, possivelmente, chegar à fase final do processo. O BTG Pactual foi designado pela UHG para realizar a venda do ativo brasileiro, que representa uma pequena parcela das operações globais do grupo.
Dentre os possíveis interessados, está a família Bueno, proprietária da Dasa e detentora de participação minoritária na UHG nos Estados Unidos. Além disso, fontes citam também o interesse por parte do empresário José Seripieri Filho, fundador da Qualicorp (QUAL3), bem como de investidores financeiros, como as empresas de gestão norte-americanas Bain Capital e Advent, ambas com histórico no mercado de saúde no Brasil.
Outro potencial interessado é a gestora Coruja, liderada pelo empresário Marcio Schetiini, que tem experiência em altos cargos no Itaú e possui conhecimento aprofundado do setor, bem como acesso significativo a possíveis investidores, o que aumenta a expectativa de captação dos bilhões necessários para a aquisição.
Fontes que acompanham a transação afirmam que o grande atrativo da Amil reside na sua extensa base de clientes e na sua abrangência operacional, que inclui serviços de plano de saúde, como oftalmologia e odontologia, juntamente com uma rede de hospitais e centros de tratamento oncológico. “Amil pode competir com grandes players de saúde, como Rede D´Or e Hapvida, mas está mal administrada”, disse uma fonte.
Em 2022, a Amil registrou um prejuízo superior a R$ 2 bilhões, principalmente devido a um modelo de planos individuais que não era mais sustentável. No entanto, vale destacar que a Amil não possui dívidas significativas, o que a torna uma empresa com uma estrutura financeira sólida. “A empresa tem uma estrutura de custos errada e estrategicamente não definiu qual posição quer assumir no mercado de saúde”, acrescentou outra fonte.