Economia

Lula diz que vai garantir estabilidade fiscal

Fala ocorre depois de Lula afirmar que "dificilmente" o país alcançará em 2024 o déficit zero

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que vai “garantir” estabilidade fiscal. A fala aconteceu durante a abertura do Brasil Investment Forum, evento de atração de investimentos, nesta terça-feira (7).

“Vamos garantir estabilidade política, vamos garantir estabilidade social, vamos garantir estabilidade jurídica, vamos garantir estabilidade fiscal. E queremos garantir a possibilidade de vocês colocarem a inteligência empresarial para que o país cresça cada vez mais”, afirmou o presidente.

Lula ainda cobrou empresários para ampliar o comércio exterior do Brasil para US$ 1 trilhão por ano. Hoje o número está em cerca de US$ 600 bilhões, o que considera importações e exportações.

“Ao invés de US$ 600 e pouco bilhões de comércio exterior, porque a gente não estabelece uma meta de chegar a US$ 1 trilhão de dólares de comércio exterior e vamos buscar isso?”, questionou.

A fala ocorre depois de Lula afirmar, em café com jornalistas no Palácio do Planalto, que “dificilmente” o país alcançará em 2024 o déficit zero das contas do governo federal. A afirmação do presidente refletiu na bolsa e no câmbio. Nos dias seguintes, o Ibovespa fechou em queda e o dólar se fortaleceu frente ao real.

Ata do Copom alerta para risco fiscal

O Comitê de Política Monetária (Copom) reafirmou sua intenção de continuar reduzindo a taxa básica de juros, a Selic, em 0,50 ponto percentual nas próximas reuniões. No entanto, a ata da última reunião, realizada na semana passada, trouxe um aviso importante.

O documento ressaltou que o descumprimento das metas fiscais pode resultar em uma necessidade de aumentar a taxa de juros para manter a inflação sob controle.

Em termos mais técnicos, a taxa neutra, que é aquela que não estimula nem desestimula a economia, poderia ser elevada. Portanto, embora os cortes de juros estejam mantidos por enquanto, existe a possibilidade de que sejam reduzidos ou até interrompidos antes do planejado, caso o governo não consiga cumprir suas obrigações fiscais.

Na ata, o comitê observou que “no período mais recente, cresceu a incerteza em torno da própria meta estabelecida para o resultado fiscal, o que levou a um aumento do prêmio de risco. Tendo em conta a importância da execução das metas fiscais já estabelecidas para a ancoragem das expectativas de inflação e, consequentemente, para a condução da política monetária, o Comitê reafirma a importância da firme persecução dessas metas”.