Os recentes cortes na taxa básica de juros no Brasil ainda não são suficientes para propiciar uma retomada das operações dos ativos de risco na B3 (B3SA3). Para o diretor-executivo de finanças e relações com investidores da operadora do Ibovespa, André Veiga Milanez, o lento afrouxamento monetário e o cenário externo têm contribuído para um desempenho mais fraco no mercado à vista de ações.
“Foi um (terceiro) trimestre em que vimos o início do ciclo de queda de juros no Brasil, se aproximando de 12%. Esse nivel é aquém do que a gente acredita que seja necessário para uma retomada mais forte no mercado de equities”, disse em teleconferência a analistas após o resultado do terceiro trimestre de 2023.
A Selic vem caindo desde agosto, quando saiu de 13,75% ao ano e agora está em 12,25% ao ano. Segundo relatório Focus de estimativas do mercado, a projeção para a taxa básica de juros para o final de 2023 é de 11,75%, enquanto a projeção para 2024 é de 9,25% e a de 2025 está em 8,75%.
Outro fator que prejudica o mercado de ações é a volatilidade do mercado externo causado principalmente pela perspectiva de juros mais elevados nos Estados Unidos por um período maior de tempo, levando a um desempenho ruim dos ativos de risco ao redor do mundo.
B3 tem lucro líquido de R$ 1,1 bi no 3T23, alta de 0,5%
A B3 divulgou na noite de quinta-feira (9), o balanço financeiro do terceiro trimestre de 2023 (3T23). A operadora do Ibovespa reportou lucro líquido recorrente de R$ 1,1 bilhão no 3T23, alta de 0,5% em comparação ao mesmo período de 2022.
A receita líquida foi de R$ 2,25 bilhões no trimestre encerrado em setembro, diminuição de 0,4% na comparação ano a ano.
Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) recorrente foi de R$ 1,6177 bilhão, retração de 3,2% na base anual. Com isso, a margem Ebitda caiu 1,73 ponto percentual, para 72,3%.
O volume financeiro médio diário negociado (ADTV) totalizou R$23,8 bilhões, uma queda de 11,6% na comparação com o 2T23 e de 9,1% em relação ao mesmo período do ano anterior.
As despesas somaram R$ 902,2 milhões no trimestre, alta de 6,9%. Excluindo os efeitos da consolidação de Neurotech, as despesas teriam somado R$ 879,1 milhões, 4,2% acima do 3T22.