O investidor Nelson Tanure, acionista de empresas como Prio (PRIO3), Light (LIGT3) e Gafisa (GFSA3), teria desistido da disputa pela aquisição da Amil e da rede de hospitais, na fase final do processo, segundo informações divulgadas pelo colunista Lauro Jardim d’O Globo.
Tanure teria expressado que as demandas estabelecidas pelo UnitedHealth Group (UHG) não eram consideradas razoáveis.
Ainda segundo Lauro Jardim, o BTG Pactual, encarregado pelo grupo para se desfazer da operação no Brasil, teria comunicado aos potenciais interessados na semana passada que a data-limite para a apresentação de ofertas vinculantes seria em 1º de dezembro.
Sendo assim, entre as principais candidatas para a transação, está a Bain Capital, que apresentou uma oferta preliminar pelos ativos em outubro, segundo o Jardim.
Além da proposta da Bain Capital, nomes como José Seripieri Junior, associado ao presidente Lula (PT) e ex-CEO da Qualicorp; Marcio Schettini, da Coruja Capital e ex-executivo do Itaú; a Dasa, vinculada à família Bueno; e a gestora Advent também estão sendo mencionados como potenciais interessados na aquisição da Amil, de acordo com informações circulantes no mercado.
Amil: Tanure entrega proposta de compra e disputa com outras cinco
A venda da Amil pela United Health Group (UHG) pode ser finalizada até o primeiro trimestre de 2024. O processo ocorre vários anos após rumores e tentativas malsucedidas de vender ao menos parte do negócio. Agora, a empresa norte-americana, que adquiriu a Amil em 2012 por R$ 6,5 bilhões, tem o objetivo de vender a totalidade da empresa por mais de R$ 10 bilhões, sem qualquer divisão.
O empresário Nelson Tanure também teria apresentado uma proposta na última semana de outubro. No ano passado, Tanure adquiriu o controle da Alliar, um grupo de medicina diagnóstica, que é a única operação que não faz parte do portfólio da Amil.
A coluna do Estadão apurou que, as propostas não vinculativas estão girando em torno dessa cifra, e há mais de seis interessados na aquisição. O prazo para a apresentação dessas propostas na primeira fase se encerrou na última semana de outubro.
O BTG Pactual foi designado pela UHG para realizar a venda do ativo brasileiro, que representa uma pequena parcela das operações globais do grupo.
Dentre os possíveis interessados, está a família Bueno, proprietária da Dasa e detentora de participação minoritária na UHG nos Estados Unidos. Além disso, fontes citam também o interesse por parte do empresário José Seripieri Filho, fundador da Qualicorp (QUAL3), bem como de investidores financeiros, como as empresas de gestão norte-americanas Bain Capital e Advent, ambas com histórico no mercado de saúde no Brasil.
Outro potencial interessado é a gestora Coruja, liderada pelo empresário Marcio Schetiini, que tem experiência em altos cargos no Itaú e possui conhecimento aprofundado do setor, bem como acesso significativo a possíveis investidores, o que aumenta a expectativa de captação dos bilhões necessários para a aquisição.
Fontes que acompanham a transação afirmam que o grande atrativo da Amil reside na sua extensa base de clientes e na sua abrangência operacional, que inclui serviços de plano de saúde, como oftalmologia e odontologia, juntamente com uma rede de hospitais e centros de tratamento oncológico. “Amil pode competir com grandes players de saúde, como Rede D´Or e Hapvida, mas está mal administrada”, disse uma fonte.