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Americanas (AMER3): oitavo maior prejuízo desde 2010

Varejista entrou no ranking das empresas de capital aberto que mais tiveram prejuízos desde 2010

Com o prejuízo líquido de quase R$ 13 bilhões, a Americanas (AMER3) entrou no ranking das empresas de capital aberto que mais tiveram prejuízos desde 2010.

Segundo levantamento do consultor financeiro Einar Rivero, publicado pela CNN, a varejista ocupa a oitava posição na indigesta lista.

Ainda de acordo com os dados, quatro dos dez maiores prejuízos foram de empresas petroleiras, sendo três da Petrobras (PETR3;PETR4) e um da OGX.

O maior déficit foi registrado pela Vale (VALE3), de R$ 44,2 bilhões, em 2016, após enxurrada de lama que inundar casas em Mariana deixando mortos e feridos.

Os outros dois prejuízos que completam o pódio são da Petrobras (de R$ 34,8 bilhões e R$ 21,5 bilhões).

Prejuízo líquido de R$ 12,9 bi em 2022

A Americanas, que enfrentou uma fraude bilionária, apresentou ao mercado na manhã de quinta-feira (16), seus resultados ajustados referentes aos anos de 2021 e 2022, após quatro adiamentos, e 11 meses após a divulgação de um dos maiores escândalos contábeis do Brasil.

A varejista revisou seu desempenho financeiro, alterando o lucro líquido de R$ 544 milhões registrado em 2021 para um prejuízo de R$ 6,237 bilhões. Além disso, a Americanas reportou um prejuízo de R$ 12,912 bilhões em 2022, indicando um aumento nas perdas de 104% em comparação com 2021.

Conforme indicado no relatório, o desempenho financeiro adverso é atribuído a um operacional fraco, despesas financeiras elevadas e lançamentos extraordinários.

A receita líquida consolidada alcançou o montante de R$ 25,8 bilhões no ano passado, destacando o varejo digital e físico como as principais unidades de negócio, representando aproximadamente 87% do total. Esse valor reflete um aumento de 14,6% em comparação com os R$ 22,521 bilhões reportados no ano anterior.

O lucro bruto no ano, por sua vez, foi de aproximadamente R$ 5,0 bilhões e a margem bruta atingiu a marca de 19,5% da receita líquida, “impactada pelo real custo de mercadorias vendidas, que já não contava com a fraude de lançamentos de contratos fictícios de VPC que reduziam o custo”, explica a Americanas. “Outro impacto relevante foi a provisão de obsolescência de estoques no valor de R$ 744 milhões, que teve contrapartida na linha de custos de mercadoria vendida.”

Já as despesas gerais e administrativas, atingiram o montante de R$ 9,0 bilhões, equivalente a 35,0% da receita líquida. Deste valor, R$ 4,8 bilhões foram destinados a despesas com vendas, enquanto R$ 4,2 bilhões foram alocados para despesas gerais e administrativas.

O resultado financeiro consolidado do exercício social de 2022 foi negativo em R$ 5,2 bilhões, um salto de 230,7% sobre as perdas financeiras do ano de 2021.

Desse modo varejista destaca que o valor “já considera as despesas de juros dos contratos de risco e contratos de capital de giro devidamente contabilizados”.