Uma das propostas mais polêmicas apresentadas pelo presidente eleito da Argentina, Javier Milei, deve mesmo ser implementada.
Em uma publicação na rede social X, antigo Twitter, nesta sexta-feira (24), Milei desmentiu os rumores, e afirmou que o fechamento do Banco Central argentino “não é negociável”.
“Ante os falsos rumores difundidos, desejamos esclarecer que o encerramento do Banco Central da República Argentina (BCRA) não é um assunto negociável”, ressalta a nota.
Milei havia falado, durante a campanha, que fecharia o BCRA. A instituição é responsável pela execução da política monetária. Ou seja, ela usa os juros básicos para aquecer ou esfriar o mercado, dependendo do contexto inflacionário.
A nota ainda informa, ainda, a troca de nomes frente à Administração Nacional da Seguridade Social (ANSeS): em vez de Carolina Píparo, quem assumirá será o economista Osvaldo Giordano. Na petroleira YPF, o engenheiro Horacio Marín ocupará o cargo de liderança.
A posse de Milei deve ocorrer em 10 de dezembro. O Brasil ainda não definiu quem vai representar o governo federal na cerimônia — e o ex-presidente Jair Bolsonaro já prepara comitiva para comparecer ao evento.
Milei aceita acordo do Mercosul com UE, diz diplomata brasileira
A secretária de Europa e América do Norte do Itamaraty, Maria Luisa Escorel, afirmou, nesta quinta-feira (23), que está otimista em relação a adesão da Argentina no acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia até dezembro.
Ela ressaltou que a equipe do presidente eleito, Javier Milei, já deu sinais de que tem interesse em que as negociações sejam concluídas. “Sou otimista. Estamos fechando os últimos pontos do acordo’, afirmou. as informações são de “O Globo”.
Escorel citou a economista Diana Mondino, que deverá ser a chanceler de Milei. Nesta quinta, Mondino declarou a uma emissora de rádio que, entre as prioridades do governo está o acordo entre o Mercosul e a UE.
“As prioridades neste momento são múltiplas, como a assinatura do acordo entre Mercosul e União Europeia. Vamos ter que analisar as relações da Argentina com muitos países e temos um monte de temas para resolver”, disse a futura chanceler.
Questões ligadas ao meio ambiente e a compras governamentais são os principais entraves para o fechamento do acordo. Um novo texto apresentado pelo Brasil está em negociação com os europeus.
Maria Luisa Escorel afirmou que, independentemente do resultado das negociações entre os dois blocos, haverá uma cúpula, no próximo ano, entre Brasil e União Europeia, para discutir uma agenda comum. Quanto ao governo Milei, ela avalia que as relações com os brasileiros serão entre Estados.
“Vamos nos relacionar de maneira madura e adulta com esse presidente. Temos uma relação madura há muitos anos, que envolve comércio, fronteira, energia, muitas coisas importantes, ainda que tenham sido feitos comentários ofensivos ao nosso presidente”, disse Escorel, referindo-se aos ataques de Milei, durante a campanha, a Luiz Inácio Lula da Silva.