O presidente eleito da Argentina, Javier Milei, anunciou Luis Caputo como o novo ministro da Economia do País. A confirmação foi feita em entrevista à rádio argentina Continental, nesta quarta-feira (29).
Caputo foi ministro das Finanças no governo de Manoel Macri e também já atuou como presidente do Banco Central. Também trabalhou no banco de investimentos JPMorgan, em Nova York, o que lhe assegurou uma boa interlocução com o mercado financeiro. Isso é visto como um trunfo nas negociações com credores internacionais.
O anúncio aconteceu de forma inesperada, já que Milei já havia afirmado que só iria divulgar nomes do seu gabinete após a posse, no dia 10 de dezembro. Apesar do mistério, diversas fontes na Argentina já afirmavam que Caputo seria o novo ministro da Economia.
Dolarização argentina é objetivo de médio prazo, diz futuro ministro
O governo liderado pelo presidente eleito da Argentina, Javier Milei, planeja adotar uma abordagem gradual em relação aos controles cambiais após sua posse em 10 de dezembro, de acordo com um membro influente de sua equipe econômica que se reuniu com banqueiros na sexta-feira (24). Luis Caputo, futuro ministro da Economia e encarregado da equipe de transição econômica de Milei, compartilhou essa perspectiva durante uma reunião em Buenos Aires, na qual delineou os principais elementos do plano econômico do próximo governo.
Caputo enfatizou a busca por um superávit fiscal até 2024 como um dos objetivos prioritários, revelaram fontes familiarizadas com a conversa, mas que preferiram não se identificar. O encontro, que contou com cerca de 30 participantes, incluindo consultores e funcionários bancários, serviu como uma oportunidade para delinear os rumos da economia sob a liderança de Milei.
Embora um porta-voz do presidente eleito tenha se abstido de comentar sobre o assunto, os relatos sugerem um afastamento de algumas propostas mais radicais originalmente prometidas durante a campanha. Milei parece estar se distanciando de conselheiros que endossaram ideias como a substituição do peso e o fechamento do banco central. Recentemente, figuras-chave associadas a conceitos mais extremos, como Emilio Ocampo e Carlos Rodriguez, anunciaram que não farão parte do novo governo.
Esses movimentos indicam uma postura mais moderada do presidente eleito, o que tem sido bem recebido pelos investidores. A vitória de Milei nas eleições de novembro teve um impacto positivo nos ativos argentinos, e sua atual postura de moderação tem mantido uma tendência positiva nos preços desses ativos.
Um porta-voz da Associação de Bancos Argentinos (Adeba) comentou à Bloomberg News que a reunião foi percebida como muito produtiva e demonstrou uma abordagem favorável ao mercado em relação à dívida do banco central, o que sinaliza uma direção potencialmente positiva para o setor bancário sob o governo de Milei.