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Lula confirma ingresso do Brasil na Opep+ e diz atuação será pela transição energética

Presidente disse que País não vai ‘apitar nada’, mas defendeu ingresso do país no grupo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou na manhã deste sábado (2), a adesão do Brasil à Opep+, um grupo de observadores que colabora em discussões com a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).

“É que nem eu participar do G7 [grupo das sete maiores economias do mundo]. Participo do G7 desde que ganhei para presidente da República. Eu vou lá, escuto, só falo depois que eles tomam a decisão. E venho embora. Não apito nada”, disse o presidente.

Durante sua participação em um dos eventos da COP28 nos Emirados Árabes, o presidente destacou que um dos compromissos do Brasil será persuadir os principais produtores a se prepararem para a transição energética e o declínio do uso de combustíveis fósseis.

“Se preparar significa aproveitar o dinheiro que eles lucram para fazer investimento, para que os continentes como o africano e a América Latina possam produzir os combustíveis renováveis que eles precisam, sobretudo o hidrogênio verde. Porque se a gente não criar alternativa, a gente não vai poder dizer que vai acabar com os combustíveis fósseis”, prosseguiu o presidente.

O convite para a participação do Brasil ocorreu no início desta semana, após a visita de Lula à Arábia Saudita. A Opep, que congrega os principais produtores globais de petróleo, desempenha um papel crucial no gerenciamento da oferta do produto, visando manter a commodity em níveis economicamente viáveis.

Prates: “Brasil deve entrar na Opep+, mas não será sujeito a cotas”

O presidente-executivo da Petrobras (PETR3; PETR4)Jean Paul Prates, afirmou nesta sexta-feira (1), que o Brasil deverá ingressar no grupo de produtores de petróleo Opep+ com um papel de cooperação e observação das decisões, mas sem participar do sistema de cotas de produção. 

“Eles chamam outros países que não têm direito a voto e não são impostas cotas a esses países. Jamais participaríamos de uma entidade que estabelecesse cota para o Brasil, ainda mais com o apoio da Petrobras que é uma empresa aberta no mercado e não pode ter cota”, afirmou Prates.

O potencial ingresso do Brasil na Opep+, que inclui os principais produtores de petróleo e seus aliados, como a Rússia, foi divulgado na quinta-feira durante uma reunião do grupo, na qual o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, esteve presente.

Silveira afirmou na reunião que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva “confirmou nossa carta de cooperação” com o grupo de países produtores de petróleo a partir de janeiro de 2024, e que uma equipe técnica do governo analisa o convite recebido.