O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou neste domingo (3) que, em caso de não concretização do acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia, “paciência”, ressaltando que não se pode atribuir tal resultado ao Brasil e à América do Sul.
“Se não tiver acordo, paciência. Não foi por falta de vontade. A única coisa que tem que ficar claro é que não digam mais que é por conta do Brasil e que não digam mais que é por conta da América do Sul. Assumam a responsabilidade de que os países ricos não querem fazer um acordo na perspectiva de fazer qualquer concessão. É sempre ganhar mais”, afirmou o Lula em entrevista coletiva em Dubai, onde participou da cúpula do clima COP28.
Lula enfatizou que os países sul-americanos não estão mais sob colonização, mas são independentes, buscando, portanto, um “certo equilíbrio”.
Macron se opõe ao acordo UE-Mercosul, após encontro com Lula
O presidente francês, Emmanuel Macron, manifestou sua oposição ao acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia, negociado em 2019 e aguardando aprovação de todos os países envolvidos.
Após se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Macron concedeu entrevistas com jornalistas e afirmou que o acordo entre os blocos estaria “mal remendado”.
De acordo com o portal g1, o presidente francês argumentou que os termos do acordo não consideram adequadamente a biodiversidade e as questões climáticas.
“E é justamente por isso que sou contra o acordo Mercosul-UE, porque acho que é um acordo completamente contraditório com o que ele [Lula] está fazendo no Brasil e com o que nós estamos fazendo […] não leva em conta a biodiversidade e o clima dentro dele. É um acordo comercial antiquado que desmantela tarifas”, disse.
Em resposta a questionamentos de jornalistas, Lula afirmou que Macron tem o direito de ter essa opinião.