Economia

Santander vê cenário desafiador para o real e projeta dólar a R$ 5,25 no fim de 2024

As projeções revisadas indicam uma redução na estimativa do dólar ao final deste ano, passando de R$ 5,10 para R$ 5,00

Os economistas do Santander realizaram uma revisão detalhada do cenário econômico atual e suas projeções apontam para uma valorização adicional limitada do real nos próximos períodos. Apesar da estabilidade observada nas contas externas, há fatores domésticos relacionados aos riscos fiscais e ao cenário da taxa Selic que restringem a margem de valorização da moeda brasileira.

“De um lado, estão as perspectivas para condições monetárias ainda apertadas no mundo, acomodação nos preços das commodities e crescimento menor da economia chinesa. Por outro lado, os riscos fiscais ainda presentes e a trajetória cadente da taxa Selic. Assim, embora tenhamos alterado nossa projeção para R$ 5,00 por dólar devido à melhora de percepção dos mercados no curto prazo, mantemos a expectativa de uma moeda mais desvalorizada à frente”, apontam os profissionais do Santander.

As projeções revisadas indicam uma redução na estimativa do dólar ao final deste ano, passando de R$ 5,10 para R$ 5,00. Entretanto, vale ressaltar que as expectativas permanecem inalteradas para o dólar, situando-se em R$ 5,25 até o fim de 2024 e em R$ 5,30 até o término de 2025.

Esse ajuste nas projeções foi influenciado pela postura dos bancos centrais de economias avançadas, que reiteram a intenção de manter políticas monetárias contracionistas para conter as pressões inflacionárias. Esse movimento, embora necessário para estabilizar as economias, cria um cenário de desaceleração do crescimento global e tende a estabilizar os preços das commodities.

No entanto, essa conjuntura global desafiadora continua a representar um ambiente adverso para o real, segundo a análise do Santander. A perspectiva de desaceleração do crescimento global e a acomodação dos preços das commodities mantêm um contexto complexo para a moeda brasileira, limitando seu potencial de valorização.

A análise dos economistas sugere que embora as contas externas mostrem solidez, os fatores locais e a dinâmica internacional devem exercer uma influência significativa sobre a trajetória do real, possivelmente impedindo uma valorização mais expressiva nos próximos períodos.