Os números demonstram que o governo de Javier Milei vai ter muito trabalho para conter a grave crise econômica que assola a Argentina. Nesta quarta-feira (13), o Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec) informou que a inflação anual na Argentina foi de 160,9% em novembro. Em outubro, nessa mesma base de comparação, o índice estava em 142,7%.
Na comparação com o mês anterior, a inflação argentina ficou em 12,8%, uma forte aceleração ante os 8,3% registrados em outubro.
O dado de inflação do mês passado veio acima das estimativas do mercado. O consenso Refinitiv apontava índices de 158,5% (na base anual) e de 11,8% (mensal).
Com isso, a inflação acumulada da Argentina deve fechar 2023 no maior patamar desde o período de hiperinflação, na década de 1990. A alta deste ano ficará acima dos 84% alcançados em 1991.
Ainda de acordo com o Indec, o núcleo de inflação, que exclui a variação dos preços de alimentos e energia, foi de 13,4% em novembro.
Para combater a inflação, o Banco Central da Argentina elevou a taxa básica de juros do país de 118% para 133% ao ano, em meados de outubro. Nesta quarta, a autoridade monetária anunciou que manterá os juros no atual patamar.
FMI vê progresso nas decisões econômicas da Argentina
Julie Kozack, diretora de Comunicações do Fundo Monetário Internacional (FMI), elogiou as recentes ações do novo Ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo, descrevendo-as como “inovadoras” e destinadas a “aperfeiçoar consideravelmente a situação das finanças públicas, protegendo os estratos mais vulneráveis da população e fortalecendo o regime cambial”.
De acordo com Kozack, a implementação dessas medidas é prevista para contribuir para a estabilização da economia argentina, além de estabelecer as bases para um crescimento mais estável liderado pelo setor privado.
“Depois das graves contratempos na política econômica dos últimos meses, este novo pacote de medidas constitui uma boa base para prosseguir as discussões encaminhadas e reconduzir o atual programa respaldado pelo Fundo”.