Em 1970, a empresa Hotéis Othon S/A desembolsou a quantia de Cr$ 2.210.760 cruzeiros novos para adquirir um terreno da prefeitura de Salvador, à época administrada por Antônio Carlos Peixoto Magalhães. O propósito era a construção de um hotel, posteriormente erguido como o renomado Bahia Othon Palace, um marco na hotelaria da capital baiana por várias décadas, conforme apurou reportagem do Bahia Notícias, site parceiro do BP Money.
Recentemente, o prédio que abrigava o Bahia Othon Palace Hotel foi vendido em leilão privado por R$ 109 milhões, com impostos, taxas e dívidas inclusas. A aquisição foi feita pela empresa imobiliária Moura Dubeux, com planos de transformar o local em um resort de uso misto. O novo empreendimento contará com estúdios, quartos, salas comerciais, lojas, restaurantes e uma considerável área voltada para hospedagem, visando impulsionar o turismo local.
O projeto também inclui a construção da Mansão Othon, um residencial de luxo com apartamentos de cinco suítes e 500 m². Além disso, está prevista a criação de um residencial de alto padrão, com unidades de três e quatro suítes de 130 m² e 180 m², respectivamente, com um Valor Geral de Vendas (VGV) estimado em R$ 615 milhões e R$ 485 milhões para cada complexo.
A rede Othon Palace operava em Salvador desde 1975, encerrando suas atividades em 2018, resultando na demissão de 240 funcionários.
Entretanto, o novo empreendimento diverge do acordo inicial de compra e venda do terreno estabelecido por ACM. O documento original datado de 1970 estipulava que o local deveria ser exclusivamente destinado à construção e operação de um hotel de turismo de classe internacional, conforme a escritura obtida pelo Bahia Notícias.
A transação foi formalizada entre a prefeitura e a Hotéis Othon S.A, representada por Othon Lynch Bezerra, então diretor-presidente da empresa, juntamente com Alberto Brito Bezerra e Victoriano Gonçalves Perez, gerentes à época. O documento revela ainda que parte do terreno fazia divisa com o antigo Salvador Praia Hotel, demolido pela mesma construtora para dar lugar a outro empreendimento.
A escritura ressalta que a Hotéis Othon venceu a concorrência para adquirir a área, com o valor do metro quadrado do hotel fixado em oitenta cruzeiros novos e dez centavos, isento do imposto municipal da época conhecido como “inter-vivus”. Este registro foi assinado pelo tabelião Luciano de Carvalo Marback.