O IFCE campus de Aracati iniciou conversas para tratar de um acordo de cooperação, visando à instalação de uma turbina eólica de eixo vertical que será capaz de suprir a demanda de energia da unidade e viabilizar o funcionamento de um laboratório para produção de hidrogênio verde. A primeira reunião nesse sentido ocorreu nesta quarta-feira (20), entre o diretor-geral do campus, professor Mário Moreira, o pesquisador e empresário do ramo de energias renováveis, Dirceu Sanford, e o presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico no Estado do Ceará (Simec), César Barros.
A escolha do campus de Aracati para implementação do sistema, de acordo com o pesquisador e mentor do projeto, Dirceu Sanford, se dá em função da disponibilidade do espaço numa área estratégica, considerando o potencial eólico do local. Ele salienta que, além da geração de energia para a manutenção do próprio campus, ”o mais importante é a criação de um laboratório para geração de hidrogênio verde, que teria função didática em benefício dos alunos e professores do instituto”.
Certificada pelo Centro de Tecnologia da UFC – Universidade Federal do Ceará e com Registro de Patente junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), a turbina eólica de eixo vertical mede 6 metros de altura e 13,55 metros de diâmetro. De acordo com a proposta, o equipamento vai ocupar uma área de 1.200 m², nas imediações da quadra poliesportiva do campus. Não haverá nenhum ônus financeiro para o IFCE. O custo total do projeto ficará por volta de R$ 1.600.000,00 (Um milhão e seiscentos mil reais), que serão pagos pelos patrocinadores públicos e privados.
O pesquisador Dirceu Sanford informou que, em parceria com o empresário Cesar Barros, da empresa USB (Usinagem Santa Bárbara), e com o governo do Estado do Ceará, pretende encaminhar o projeto para o Ministério da Ciência e Tecnologia, com o intuito de viabilizar a implantação do sistema ainda no primeiro semestre de 2024.
Ele acredita que, a partir daí, as perspectivas são amplas, considerando a importância das energias renováveis nos tempos atuais e a atenção que o governo federal tem dado ao assunto. Com isso, inclusive, o projeto embrionário a ser implantado no campus de Aracai “poderá despertar interesse de outros institutos federais do país inteiro”, idealiza.
O interesse econômico do processo é outro fator que impulsiona a proposta, sobretudo a partir do aprimoramento e ampliação do sistema que possibilitará uma maior potência e consequentemente, maior produção de hidrogênio verde. Assim, acredita Dirceu, pequenas e médias empresas poderiam se beneficiar com o equipamento, tanto para a geração de energia para suas próprias demandas, como também para produzir e comercializar o hidrogênio verde, cada vez mais valorizado, inclusive já sendo utilizado como combustível veicular no país.