Na terceira quadrissemana de dezembro, o IPC-S, índice que mensura a inflação, registrou um aumento de 0,18%, conforme divulgado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre). Nos últimos 12 meses, esse indicador acumulou uma alta de 3,44%.
Dentro dos oito grupos de despesas do índice, cinco deles apresentaram redução em suas taxas de variação. O destaque foi para o grupo Despesas Diversas, cuja taxa de variação passou de 1,26% para 0,07% entre a segunda e terceira quadrissemanas de dezembro de 2023. Nessa categoria, merece atenção o comportamento dos serviços bancários, que variaram 0,15%, enquanto na edição anterior do IPC-S haviam subido 2,34%.
Houve decréscimo também nos grupos Educação, Leitura e Recreação (0,96% para 0,67%), Habitação (0,32% para 0,23%), Saúde e Cuidados Pessoais (-0,29% para -0,31%) e Comunicação (-0,33% para -0,35%). É relevante mencionar o comportamento de itens como passagem aérea (de 4,13% para 2,98%), aluguel residencial (de 0,77% para 0,43%), medicamentos em geral (de 0,10% para -0,04%) e tarifa de telefone residencial (de -1,95% para -2,58%) nesses grupos.
Por outro lado, os grupos Alimentação (0,49% para 0,60%), Vestuário (0,03% para 0,25%) e Transportes (-0,13% para -0,10%) apresentaram um aumento em suas taxas de variação. Nesses grupos, vale ressaltar o comportamento de itens como arroz e feijão (de 3,89% para 4,90%), cintos e bolsas (de 0,73% para 1,30%) e gasolina (de -1,20% para -0,92%).
IPC-S apresenta variação de 0,25% nos últimos 12 meses
Na segunda quadrissemana de dezembro de 2023, o Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) registrou um aumento de 0,25%. Esse dado reflete um acúmulo de 3,51% nos últimos 12 meses. Nesse período, cinco das sete capitais analisadas apresentaram uma redução em suas taxas de variação, demonstrando uma certa estabilidade.
André Braz, coordenador dos Índices de Preços do FGV IBRE, ressaltou que a demanda ligada às festividades de fim de ano, como Natal e Réveillon, está impactando o panorama inflacionário de dezembro. Esse aumento na demanda abrange uma ampla gama de produtos, desde itens alimentícios até bens duráveis, frequentemente utilizados como presentes durante esse período festivo.
A aceleração dos preços nesse contexto de celebrações finais de ano é um fenômeno conhecido e esperado, comumente associado ao aumento na procura por produtos típicos dessas datas. Essa dinâmica contribui para um movimento ascendente nos preços e influencia diretamente a inflação registrada ao longo do mês, impactando o IPC-S.
“Mas o que a gente viu, apesar da aceleração que o IPC-S apresentou na primeira quadrissemana de dezembro, é que na segunda esse ritmo de aceleração não se sustentou e isso veio como uma boa notícia, dizendo que essa pressão inflacionária e típica das festas de final de ano vem com menos fôlego em 2023”, explica.