O Ibovespa encerrou 2023 com saldo positivo. Nos últimos 12 meses, o principal índice acionário brasileiro acumulou alta de mais de 22%, a maior desde 2019, último período antes da pandemia da Covid-19.
Na última sessão do ano, nesta quinta-feira (28), a bolsa fechou em queda de 0,01%, aos 134.185 pontos, a maior pontuação em termos nominais (sem considerar a inflação) já observada na história do indicador.
Um fator importante que ajudou a impulsionar o índice veio do exterior, com o alívio nos rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos. A visão de que o Fed (Federal Reserve) encerrou o ciclo de aperto monetário nos EUA e deve começar a reduzir os juros em 2024 contribuiu para esse cenário.
Mas o cenário interno também pode explicar o desempenho histórico. O ciclo de cortes da taxa Selic promovido pelo BC (Banco Central) no segundo semestre, que deve continuar no próximo ano, diante do alívio na inflação, foi importante para o Ibovespa. Além disso, o Congresso Nacional aprovou uma reforma tributária e um novo arcabouço fiscal, e o PIB do país encerrou o ano com um crescimento mais robusto do que o esperado.
Espaço para mais
O consultor de dados do mercado de capitais Einar Rivero, projeta que, em termos reais, o Ibovespa ainda tem potencial para continuar quebrando recordes em 2024.
“Apesar desse marco significativo em termos nominais, é importante notar que o Ibovespa ainda está distante dos melhores resultados, em termos reais (levando-se em conta a inflação), registrados há 15 anos, em maio de 2008”, diz Rivero. “Em dólares, o índice se encontra a 37,7% do seu máximo, e em valores ajustados pelo IPCA, a 24,4%. Isso mostra que há amplo espaço para o crescimento contínuo do Ibovespa.”
Rivero observa que o Ibovespa não foi o único índice a registrar picos históricos em 2023. O Dow Jones, nos Estados Unidos, alcançou sua pontuação máxima em 19 de dezembro, com 37.558 pontos, uma valorização de 13,31% até aquela data.