Economia

Indicador de incerteza da economia cai em dezembro, diz FGV

A pesquisa revelou uma queda de 3,4 pontos em dezembro, marcando 107,0 pontos

O Indicador de Incerteza da Economia (IIE-Br), elaborado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), teve uma queda de 3,4 pontos em dezembro, marcando 107,0 pontos. Este movimento representa um retorno a um patamar inferior aos 110 pontos, considerado como o limite inferior da faixa de incerteza considerada elevada.

A análise aponta que a redução do indicador de incerteza em dezembro foi, principalmente, influenciada pelo componente de Mídia. Enquanto isso, o componente de Expectativas, que avalia a dispersão das previsões para variáveis econômicas, apresentou um aumento leve. Esse resultado reflete um cenário econômico resiliente, apesar de alguns indícios de desaceleração, e uma redução nos ruídos políticos e fiscais no país, especialmente neste fim de ano.

“A queda do indicador de incerteza, em dezembro, foi influenciada majoritariamente pelo componente de Mídia, enquanto o componente de Expectativas, que mede a dispersão das previsões para algumas variáveis econômicas, subiu ligeiramente. O resultado é reflexo da combinação de um quadro econômico resiliente, apesar dos sinais de desaceleração, e de menores ruídos políticos e fiscais no país, para esse fim de ano”, analisa Anna Carolina Gouveia, economista da FGV Ibre, em comentário no relatório.

O componente de Mídia registrou uma queda de 4,0 pontos, atingindo 108,2 pontos, contribuindo negativamente com 3,5 pontos para a evolução do índice agregado. Enquanto isso, o componente de Expectativas, que mede a dispersão nas previsões de especialistas para variáveis macroeconômicas, subiu 0,4 ponto, atingindo 99,2 pontos, contribuindo de maneira modesta e positiva com 0,1 ponto para o IIE-Br.

“Para 2024, ainda há espaço para a queda da incerteza que dependerá, não só da continuidade de resultados positivos para a economia, mas do diálogo colaborativo e produtivo entre os diferentes setores”, completa.

A redução na incerteza econômica é um reflexo da estabilidade do cenário econômico e da redução das incertezas políticas e fiscais observadas no país ao longo do último ano. A expectativa para o ano de 2024 é de uma continuidade desse movimento de queda na incerteza, embora esteja atrelada não apenas aos indicadores econômicos, mas também à manutenção de um ambiente colaborativo entre os diferentes segmentos da economia.

Desemprego atinge menor patamar desde 2014, em 7,5% até novembro

No trimestre findo em novembro, a taxa de desemprego no país atingiu 7,5%, marcando o menor índice para um trimestre móvel até novembro desde 2014 (6,7%), e o mais baixo para um período de três meses desde fevereiro de 2015 (7,5%).

Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgados pelo IBGE, apontam uma queda em relação ao trimestre anterior, encerrado em agosto (7,8%), e um declínio comparado ao mesmo período de 2022 (8,1%). No trimestre encerrado em outubro, a taxa estava em 7,6%.

A pesquisa reflete a expectativa de 23 consultorias e instituições financeiras, indicando uma taxa de 7,5% para o trimestre móvel até novembro de 2023. As projeções variavam entre 7,4% e 7,7%.

O número de desempregados no país, entre setembro e novembro, foi de 8,2 milhões. Embora tenha apresentado uma redução de 2,5% em relação ao trimestre anterior, o IBGE considera essa variação estável dentro da margem de erro da pesquisa. Em comparação com o mesmo período de 2022, a queda foi de 6,2% (539 mil pessoas)

Durante o mesmo período, a população ocupada aumentou em 0,9%, atingindo 100,5 milhões de pessoas, alcançando um novo recorde histórico. Em relação ao trimestre correspondente de 2022, o aumento foi de 0,8% (815 mil pessoas).