Economia

IPCA fecha 2023 em 4,62%, abaixo da meta pela 1ª vez desde 2020

Esse valor representa uma redução em relação aos 5,79% registrados em 2022

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é o indicador oficial de inflação no Brasil, encerrou o ano de 2023 em 4,62%, conforme anunciado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (11). Esse valor representa uma redução em relação aos 5,79% registrados no ano anterior, ficando abaixo do teto da meta estabelecida.

A meta anual estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), órgão vinculado ao Ministério da Fazenda, para o referido ano era de uma inflação de 3,25%, com uma margem de tolerância que poderia variar de 1,5% a 4,75%. No mês de dezembro, a inflação do país atingiu 0,56%, marcando o sexto mês consecutivo de elevação.

Maior impacto do ano

O setor de transportes foi o principal responsável pelo impacto anual na inflação ao longo do ano, com destaque para o aumento acumulado de 12,09% no preço da gasolina. A gasolina, como componente de maior peso dentro dos subitens do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), desempenhou um papel significativo ao contribuir com a maior parcela individual para o resultado geral, representando 0,56 ponto percentual.

É relevante ressaltar que a elevação nos preços da gasolina foi influenciada pelos efeitos da reoneração dos tributos federais, bem como por alterações nas cobranças do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Esses fatores contribuíram para a pressão inflacionária ao longo do período, destacando a complexidade das variáveis que influenciam o comportamento dos preços no segmento de transportes.

Alimentos

O segmento que registrou a maior alta foi o de alimentação e bebidas, com um aumento de 1,11%, apresentando uma aceleração em relação ao mês anterior, que registrou 0,63%. Esse grupo exerceu o maior impacto sobre o resultado geral da inflação, contribuindo com 0,23 ponto percentual.

De acordo com André Almeida, gerente da pesquisa, fatores como o aumento da temperatura e o maior volume de chuvas em diversas regiões do país tiveram influência direta na produção de alimentos. Itens in natura, como tubérculos, hortaliças e frutas, que são mais sensíveis a essas variações climáticas, foram particularmente afetados, destacando a relevância das condições climáticas na dinâmica dos preços desses produtos.

“No caso do arroz, que registrou alta pelo quinto mês seguido, a produção foi impactada pelo clima desfavorável”, disse o pesquisador em nota. “Já a alta do feijão tem relação com a redução da área plantada, o clima adverso e o aumento do custo de fertilizantes”, avalia.

Habitação

No setor de Habitação, que apresentou uma desaceleração em relação a novembro (0,34% contra 0,48%), destacaram-se os aumentos na energia elétrica residencial (0,54%), na taxa de água e esgoto (0,85%) e no gás encanado (1,25%). Os demais grupos também registraram variações, sendo elas: Artigos de residência (0,76%), Vestuário (0,70%), Despesas pessoais (0,48%), Saúde e cuidados pessoais (0,35%), Educação (0,24%) e Comunicação (0,04%). Esses dados evidenciam as diferentes dinâmicas de preços em diversos setores da economia, refletindo as variadas influências sobre o custo de vida.