O Morgan Stanley divulgou sua revisão e projeções para o setor de consumo e varejo na América Latina em 2024. A instituição tem expectativa mista para o setor, ao mesmo tempo que espera aceleração do crescimento do e-commerce na região.
Apesar de terem apontado uma estimativa de melhora do comércio eletrônico, o Morgan Stanley cortou a recomendação para as ações do Magazine Luiza (MGLU3) de equalweight (exposição em linha com a média do mercado) para underweight (abaixo da média do mercado). O preço-alvo da varejista foi cortado de R$ 2,75 para R$2.
De outro modo, a recomendação underweight se manteve para as Casas Bahia (BHIA3), contudo o preço-alvo também sofreu cortes de R$ 11,40 para R$ 10. As ações negociadas na Nasdaq do Mercado Livre continuam sendo a preferência para o segmento.
Por volta das 10:45 (horário de Brasília), as ações da Magalu (MGLU3) estavam em queda de 5,70% cotadas a R$ 2,15. Já as Casas Bahia também enfrentam uma queda de 2,77% cotadas a R$ 9,84.
“Nós vemos tendências divergentes que continuam entre as operadoras de comércio eletrônico da América Latina”, disseram os analistas do banco norte-americano.
Cenários projetados pelo Morgan
O Mercado Livre subiu como o maior ganhador de participação, por conta do enfraquecimento da Americanas (AMER3), a equipe de análise acredita na liderança escala de mercado apoiando a monetização contínua da taxa de juros e a expansão das margens.
As perspectivas para as Casas Bahia (BHIA3) e Magalu (MGLU3) são de pressão de lucros persistente, em meio a uma ainda lenta recuperação do setor eletrônico, além de uma tração em categorias mais recentes que se tornaram apostas dessas empresas.
Outras empresas, como a Méluiz (CASH3) a visibilidade em torno das principais operações de reembolso permanece baixo, mesmo com recomendação equalweight. Enquanto isso, os profissionais não deram recomendação para a Americanas (AMER3), que segue em processo de recuperação judicial.
O segmento de vestuário também eve recomendação equalweight para as Lojas Renner (LREN3) e underweight para C&A (CEAB3), que foi considerada destaque do setor de varejo em 2023.
Para o Morgan, a relação risco-recompensa está equilibrada para Renner, com desconto dos múltiplos de negociação em relação ao histórico, mas limitado catalisador de alta. Já para a C&A, nos últimos trimestres a execução nas vendas/margem de recuperação superou as expectativas.
“Continuamos cautelosos quanto ao potencial de investimentos em digitalização e a pressão competitiva sobre preços pesará nas margens do vestuário brasileiro, embora a intenção da pesquisa sobre vestuário online tenha sido favorável e acreditamos que a categoria poderiam beneficiar da melhoria das tendências de consumo”, avaliam os analistas.