A Refinaria Abreu e Lima da Petrobras (PETR4), localizada na região metropolitana de Recife (PE), deve voltar a receber investimentos públicos. A visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao local, nesta quinta-feira (18), deve marcar o retorno das obras.
Durante o escândalo de corrupção da Operação Lava Jato, a refinaria esteve no centro da investigação. Na quarta-feira (17), os executivos da Petrobras (PETR4) divulgaram os detalhes do novo projeto. Com isso, as obras de ampliação devem iniciar no segundo semestre de 2024 e serem finalizadas em 2028. As informações são o InfoMoney.
Ao final, a unidade deverá ter capacidade para processar 260 mil barris de petróleo por dia, um número acima dos 100 mil barris que podem ser processados atualmente. Já a produção do diesel S10, que tem baixo teor de enxofre, deve ser aumentada em 13 milhões de litros por dia.
Com a finalização das obras, a expectativa é de que a Abreu e Lima responda por 10% do refino da Petrobras (PETR4), esse número, atualmente, corresponde a 6%. Outro ponto previsto no projeto é a construção da primeira unidade do País que transforme o óxido de enxofre (SOx) e o óxido de nitrogênio (NOx) em um novo produto que possa ser comercializado.
Investimentos previstos pela Petrobras (PETR4)
O plano estratégico da petroleira já previa o investimento, que faz parte do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal. Há uma crítica de especialistas quanto ao modelo de negócios da estatal, pois, segundo eles, retomar os investimentos em refinarias colocaria a exploração da área do pré-sal em deterioração.
O valor dos investimentos não foi divulgado. Contudo, a gerente executiva de projetos de desenvolvimento da produção, Mariana Cavassin, disse que o montante total a ser desembolsado no projeto de Abreu e Lima nos próximos 5 anos ainda não pode ser revelado. Ainda de acordo com ela, as licitações de uma das 3 etapas do projeto, o chamado Trem 2, estão em fase de recebimento de propostas até fevereiro.
Mariana diz que os números devem ser revelados após esse processo. “Nós avaliamos o projeto em todos os cenários econômicos que a Petrobras tem na carteira. E avaliamos isoladamente cada uma das etapas e também em conjunto para garantir que o projeto é robusto e viável economicamente, com retorno positivo para a companhia”, afirmou ela.
Lançada em 2005, a Abreu e Lima, inicialmente, era um projeto em conjunto com a Venezuela. Porém a parte de investimentos que o país vizinho deveria fazer, 40%, não ocorreu. Então, após a desistência, a Petrobras (PETR4), decidiu dar seguimento à construção sozinha.