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Hapvida (HAPV3): ações caem mais de 3% após denúncia

A Hapvida descumpre de forma sistemática decisões judiciais favoráveis aos seus usuários motivando o MP-SP a instaurar uma investigação sobre o caso

As ações da Hapvida (HAPV3) registram uma queda de 4,19% nesta tarde de quinta-feira (18), sendo negociadas a R$ 4,12, em meio ao noticiário sobre o possível descumprimento de ações judiciais por parte da empresa.

O jornal  “O Estado de S. Paulo”, informou nesta quinta-feira (18), que a Hapvida vem descumprindo de forma sistemática decisões judiciais favoráveis aos seus usuários, motivando o Ministério Público de São Paulo a instaurar uma investigação sobre o caso.

De acordo com o Citi, a Hapvida possui provisões no valor de R$ 487 milhões relacionadas a perdas de natureza civil (consideradas perdas prováveis) e outras perdas no montante de R$ 1,8 bilhão, classificadas como “possíveis” e que não exigem provisionamento.

Os analistas do Citi destacam que é prematuro avaliar se a investigação pode ter um impacto substancial nas operações da empresa ou se faz parte das atividades diárias, as quais têm sido marcadas pelo aumento da judicialização em toda a cadeia de saúde brasileira nos últimos anos.

Hapvida NotreDame é investigada por descumprir liminares

O grupo Hapvida NotreDame, maior plano de saúde do Brasil, é acusado de descumprir sistematicamente decisões judiciais que favoreciam seus beneficiários. Mesmo com liminar em mãos, os pacientes não conseguem acesso a tratamentos para doenças graves, como câncer. 

Há casos de morte de pacientes após a recusa da empresa em oferecer tratamento de urgência, prescrito pelo médico e garantido pela justiça, é o que dizem familiares. A companhia, que compreende Hapvida, NotreDame e outras operadoras menores, hoje é responsável pela saúde de 1 em cada 6 brasileiros que têm convênio médico.

Em levantamento realizado pelo Estadão nos processos do Foro Central Cível, foram encontrados mais de 100 casos de descumprimento somente nos últimos 8 meses. Além disso, também foi descoberto que a situação levou à abertura de investigações pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (MPE-SP). 

Nessas decisões, os magistrados afirmaram que os descumprimentos feitos pela empresa se tornaram rotineiros. Outro ponto levantado é que o grupo empresarial “dá de ombros” à justiça de forma sistemática e faz “ouvidos moucos” às determinações judiciais. 

Por causa disso, os juízes têm determinado aumento de multas, bloqueio judicial de valores e abertura de inquéritos contra a Hapvida NotreDame, pelo crime de desobediência. Tal delito pode ser punido até com a detenção de diretores da empresa.