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Shein: Bradesco vê poucas chances de ganho em parceria nacional

Analistas do banco apontam dependências e barreiras que a varejista chinesa pode enfrentar

Analistas do Bradesco BBI, braço de investimentos do banco Bradesco, dizem em relatório que a Shein tem “dependência de lacunas fiscais”. O documento analisou que a operação da gigante chinesa de moda no Brasil tem “limitações inerentes, tais como baixos níveis de serviço (prazos de entrega e devoluções”.

O relatório foi passado para varejistas e investidores do setor, nesta quinta-feira (18), segundo o Painel S.A. da Folha de S. Paulo. De acordo com o Banco, a mudança da Shein para (a fabricação) local parece ser mais uma campanha de relações públicas para funcionários do governo do que uma oportunidade significativa de ganhos. 

O BBI se refere a uma iniciativa pensada a partir da parceria da Shein com a brasileira Coteminas. O grupo têxtil, pertencente a Josué Gomes, produzirá parte das peças para a Shein. Essa foi a forma que o varejo encontrou para reduzir a resistência à loja no País.

A situação financeira da Coteminas não é tão favorável, por isso, como parte do acordo, a empresa recebeu um empréstimo no valor de R$ 100 milhões.

Outros pontos levantados pelo BBI sobre a Shein

Os analistas que assinaram o relatório do BBI também avaliaram que a Shein “enfrentará barreiras significativas para replicar a base de fornecimento de vestuário chinesa para além da China”. Eles pontuam ainda que o modelo foi construído a partir de mão-de-obra barata e subsídios à produção e exportação. 

Outro ponto levantado foi o envio dos pacotes para importadores individuais  que, segundo o relatório, representam um risco potencial para as suas estratégias de preços extremamente baixos. 

Para eles, há relevância nesse fato, pelo momento em que os países começam a rever as políticas de isenção no imposto de importação. os analistas citam o ocorrido na Indonésia, onde a companhia deixou o país após cancelamento de isenção pelo governo. 

No Brasil, o taxamento é cobrado apenas nas compras importadas acima de US$ 50. Preço que atualmente equivale a R$ 245,50.