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Criptomoedas: investidores otimistas com mercado em 2024

Especialistas ouvidos pelo BP Money dizem que há muito otimismo em torno dos eventos ao longo do ano

Se tem um tipo de investidor que está animado com 2024, é aquele que aposta em criptomoedas. Especialistas ouvidos pelo BP Money dizem que há muito otimismo em torno dos eventos que podem acontecer ao longo do ano e prometem movimentar o mercado. 

Em abril, está previsto para acontecer o chamado “halving”, que ocorre em média a cada quatro anos e reduz a emissão de bitcoins por bloco pela metade. “ Este pode ser considerado o evento mais importante do ano de 2024 no mercado cripto”, disse o business development da Foxbit, Vinícius Cordova.

“A redução da emissão de bitcoins mexe com o mercado pois altera o fluxo de entrada de novos bitcoins, diminuindo a oferta diária e também aumentando a competitividade de trabalho dos mineradores para encontrar novos blocos”, explicou a importância do evento.

Um outro fator que chama atenção dos investidores de moedas digitais, é foi a recente especulação em torno da aprovação dos fundos imobiliários (ETFs) do Bitcoin nos Estados Unidos, que gerou movimentos intensos no mercado de criptomoedas. 

O CEO da Futokens, Matheus Medeiros, destaca que durante os boatos da aprovação, o valor do Bitcoin subiu drasticamente. “O movimento de valorização começou em outubro de 2023, quando estava no valor de 25 mil dólares, e foi para 48 mil no começo de 2024”.

Ele diz que após a aprovação dos ETFs, houve uma queda não apenas no Bitcoin, mas no valor de outras criptomoedas. “Uma semana após a aprovação, o BTC foi para 40 mil dólares. Um possível motivo pode ser explicado pelas baleias, que são as grandes empresas detentores de bitcoin. Quando elas acreditam que o valor chegou no auge, realizam a venda, fazendo com que o valor da moeda desabe e impactando todo o mercado”, explica. 

No Brasil

Nos últimos quatro anos, o número de investidores em criptomoedas no Brasil aumentou significativamente, crescendo 22 vezes. Conforme dados da Receita Federal, em julho de 2023, 4,1 milhões de pessoas físicas reportaram realizar operações com ativos digitais, sendo este o dado mais recente disponível.

Para contextualizar, o número total de investidores na B3, a Bolsa de Valores brasileira, é de 6,2 milhões de contas. Isso indica que as criptomoedas têm atraído uma parcela substancial de investidores que optam por diversificar em renda variável.

O volume mensal de transações envolvendo criptomoedas atinge aproximadamente R$ 18 bilhões, sendo a stablecoin Tether (USDT) a criptomoeda mais utilizada no território brasileiro. As stablecoins, ou moedas estáveis, diferentemente de outros criptoativos, geralmente mantêm uma paridade com uma moeda fiduciária, uma cesta de moedas ou outros ativos, ampliando suas possibilidades de utilização como meio de pagamento.

Vinícius Cordova ressalta que neste ano é esperada a entrada muito forte de players consolidados e institucionais no mercado. “Este movimento no mercado brasileiro já começou com empresas como Itaú, Santander, NuBank, 99Pay, Magalu, Mercado Pago e outras empresas se movimentando para oferecer compra e venda de criptomoedas para os seus clientes”, afirmou.

Para Matheus Medeiros, o mercado brasileira deve dar passos largos neste ano. Ele lembra que está previsto para 2024 o início das operações do DREX a moeda digital brasileira. “Será um marco no que tange a integração de tecnologia do mundo real ao virtual. Trará benefícios significativos para o Mercado Financeiro e para toda a população, quando falamos em mudança de cartórios, transações de dinheiro e até mesmo oportunidades no mercado de trabalho. Estamos vivenciando uma revolução no mundo da tecnologia das coisas como são feitas”, avaliou.