Efrain Pereira da Cruz apresentou sua renúncia ao cargo de conselheiro da Petrobras (PETR3; PETR4) no último sábado (20), por meio de uma carta enviada ao colegiado, conforme informações de três fontes à Reuters. Essa decisão ocorreu alguns dias após ele deixar o cargo de secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia.
Com participação no conselho da petroleira desde abril, Efrain Pereira da Cruz foi indicado para o cargo pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e contava com o respaldo de figuras políticas.
Na carta direcionada ao conselho, à qual a Reuters teve acesso, Cruz expressa que chegou o momento de “sair de cena” e “seguir o próprio caminho”, embora tenha destacado a “enorme honra” que foi integrar o colegiado da Petrobras.
“Levo comigo a certeza de que tomei decisões corretas, embasadas no bem comum e contribuí com o Conselho da melhor forma possível. Contudo, abro mão apenas dos cargos, jamais da amizade de todos os companheiros que estiveram comigo até aqui”, diz o documento endereçado ao presidente do colegiado.
Segundo as fontes, o advogado Renato Campos Galuppo deve ocupar temporariamente a vaga deixada por Cruz.
Conselho da Petrobras
O atual conselho da Petrobras é constituído por 11 membros, dos quais seis são indicações do governo, quatro representam os acionistas minoritários, e um é eleito pelos empregados.
Uma das fontes expressou a expectativa de que ocorra um “reequilíbrio de forças” no conselho da estatal, que passará por uma nova eleição em breve.
“Haverá um substituto ocasional, um tampão até a definição do novo conselho. Ele vai lutar para ficar mas tem pendências com a lei da estatais”, afirmou, fazendo referência a Galuppo.
Galuppo teve seu nome rejeitado para o conselho da petroleira no ano passado, não tendo passado pelos requisitos de compliance e governança da empresa. Sua nomeação enfrentou obstáculos devido à sua vinculação a um partido político, esbarrando na Lei das Estatais.
“O presidente Lula já recebeu algumas sugestões de nomes para o conselho e a palavra final é dele”, pontuou uma fonte.
Ao deixar o governo, Cruz, que é ex-diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), também abriu mão da cadeira que ocupava no conselho da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Paralelamente, Andreia Schmidt, conselheira fiscal da EPE e ex-chefe de gabinete executiva do Ministério de Minas e Energia, também apresentou sua renúncia, conforme informado por uma fonte vinculada ao órgão.