O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, assegurou, durante entrevista ao Valor Econômico, que não há ameaça de a nova política industrial prejudicar o processo de redução da taxa básica de juros (Selic).
“Não existe [o risco]”, disse Alckmin, nesta quinta-feira (25). “Eu vou repetir: não haverá aporte do Tesouro no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)“.
Alckmin ainda ressaltou que “aquela coisa antiga da TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo, antiga taxa subsidiada do BNDES) acabou”.
“O que você tem hoje é TLP (Taxa de Longo Prazo, próxima aos rendimentos de mercado)”, afirmou, ressaltando que os subsídios estarão limitados aos empréstimos para inovação com Taxa Referencial (TR).
UBS BB: “nova política industrial traz muito barulho por nada”
O UBS BB avalia que o anúncio da nova política industrial do governo federal é caracterizado por ser “muito barulhento para pouco impacto”. Conforme detalhado em um relatório enviado aos clientes e ao mercado, o plano de industrialização abrange um financiamento de R$300 bilhões até 2026, representando aproximadamente 2,8% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.
“O documento apontou fontes de financiamento, mas quase todo o valor refere-se a dinheiro já dentro do orçamento atual do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)“, aponta o documento, que destaca que não há dinheiro novo.
A meta é viabilizar o financiamento de exportações e impulsionar a produtividade em setores como produção farmacêutica, mobilidade, infraestrutura e inovação.
“Não esperamos um grande impacto do plano a médio prazo, principalmente porque o Tesouro não pretende financiar mais o BNDES. Notavelmente, o financiamento do BNDES como porcentagem do PIB diminuiu de cerca de 10% em meados da década de 2010 para cerca de 3,5-4,0% atualmente”, completa o UBS.