Economia

Pagamentos digitais elevam mercado em países emergentes

Métodos instantâneos e alternativos, como o Pix no Brasil, puxam o crescimento do comércio digital

A América Latina, a África e a Ásia, considerados mercados em ascensão, são os responsáveis pelo aumento global de novos consumidores. De acordo com a edição 2024 do Beyond Borders, estudo anual da Ebanx, os pagamentos digitais são a parte principal do processo. 

Além disso, o estudo também revela que o mercado e pagamentos digitais em economias estão em crescimento. A estimativa é que neste ano, 109 milhões de pessoas passem a ser parte da categoria de consumidores e 70% do total devem ser de países emergentes, sobretudo asiáticos, de acordo com o Valor Econômico. 

A Índia, atualmente o país mais populoso do mundo, deve ser o principal local a levar esse movimento, com adição de 34 milhões de consumidores. Paula Bellizia, presidente de pagamentos globais do Ebanx, disse em nota que “há uma razão demográfica sólida para isso: as economias em ascensão têm uma população jovem e em crescimento, contrastando com as regiões mais maduras”.

“Além do impulso demográfico e econômico, as economias em ascensão se beneficiam amplamente da digitalização”, completou ela. 

Ainda segundo informações do estudo, mais da metade da população da América latina, da África e da Ásia já adota pagamentos digitais, como é o caso do pix, no Brasil. Para efeito de comparação, nos países desenvolvidos o comércio digital sobe 13% no ano, enquanto isso nos mercados em desenvolvimento esse ritmo chega a 20%, segundo dados do Statista citados no relatório.

Pagamentos digitais geram expectativas

Outra estimativa quanto ao desenvolvimento do comércio digital nos países emergentes é da Payments and Commerce Market Intelligence (PCMI), cuja expectativa é que a América Latina quase dobre de tamanho até 2026 e atinja US$ 944 bilhões, com crescimento da taxa composta anual de 23%. Ao passo em que a índia deve movimentar cerca de US$ 276 bilhões.

Paula Bellizia observa que os pagamentos digitais têm sido a “espinha dorsal” do crescimento. O instrumento de pagamento instantâneo indiano, UPI, e o Pix do Brasil são exemplos de inclusão financeira proporcionada pelos métodos alternativos e instantâneos de pagamento, segundo a Ebanx. 

A instituição ainda cita que quase 80% dos clientes que fizeram sua primeira compra online com um vendedor da Ebanx nos últimos 3 anos escolheram pagar via Pix, de acordo com dados internos.

Cartões de crédito e débito

Outro destaque do estudo é a evolução dos pagamentos digitais alternativos, que segundo o documento, impulsiona também o aprimoramento dos meios tradicionais, como cartões, que seguem com tendo força no digital. Prova disso é que, conforme os dados apresentados no estudo, cartões de crédito e débito representam 51% do valor do comércio digital no Brasil. Enquanto no México a porcentagem chega a 66%, 75% no Chile e 43% na Índia.

“Cartões e métodos alternativos estão aprendendo uns com os outros, absorvendo características, prestando atenção às necessidades de ‘merchants’ e consumidores”, diz Bellizia.

O relatório diz que as transações entre empresas (B2B) é um segmento que demanda fluxos mais rápidos e eficientes, por isso, esse segmento é apontado como próximo passo para inovação e crescimento da indústria. 

Paula Bellizia reafirma essa estimativa e vê uma chance nos métodos de pagamentos alternativos. “Isso abre uma enorme oportunidade na qual pagamentos alternativos podem ser um fator decisivo”, diz ela.