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As Startups Brasileiras na Blockchain: Empreendedorismo no Universo das Criptos

Apesar de ainda haver algumas limitações, há um enorme potencial no uso da tecnologia blockchain para as startups brasileiras, que vem sendo cada vez mais observado

Atualmente, empresas como a 777Bet oferecem um crescente rol de produtos relacionados a criptomoedas. Além das criptos, há também um crescente recurso à blockchain devido às inúmeras possibilidades que oferece, como segurança e transparência. E essa tendência não passa despercebida para empreendedores no Brasil, que criam suas startups. 

Em 2020, em matéria da Valor Econômico, havia 181 startups brasileiras dedicadas a serviços de blockchain e criptomoedas, sendo 80% delas criadas nos cinco anos anteriores. É certo que esses números mudaram de lá até os dias de hoje, o que traz à necessidade falar sobre algumas tendências nesse sentido. 

Um indicativo dessas tendências é um estudo divulgado em maio de 2023, da Associação Brasileira de Empresas de Software — Abes —  sobre startups brasileiras e sua relação com a tecnologia blockchain. Segundo o estudo, das 117 que surgiram no Brasil até a sua publicação, somente 4 buscavam executar soluções por meio dessa tecnologia.

Mas o que esses números querem dizer? Por um lado, precisamos ver os motivos pelos quais as startups brasileiras ainda se interessam pouco pela tecnologia blockchain. Além disso, e principalmente, podemos entender esse cenário como repleto de possibilidades de expansão, esperando para serem exploradas.

Razões para desinteresse

Uma outra pesquisa realizada pela Cedro Technologies aponta para uma resposta preliminar para a questão de a tecnologia blockchain ainda ser pouco explorada pelas startups brasileiras.

A pesquisa aponta que apesar de haver interesse de setores empresariais pela blockchain, ainda predomina um desconhecimento sobre ela, e isso leva a um cenário no qual as soluções baseadas nessa tecnologia ainda não sejam tratadas como prioridade nas empresas.

Por outro lado, apesar de esse desinteresse predominar entre empresas privadas, o mesmo não acontece no setor público. Uma prova disso foi o anúncio feito pelo Brasil na 10ª cúpula dos BRICS — bloco então formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, posteriormente expandido — de um consórcio para pesquisas em soluções e desenvolvimento de economia digital, incluindo aí a tecnologia blockchain.

Algumas iniciativas mostram grande potencial

No início de março de 2023, a startup brasileira Blockchain One lançou uma plataforma que permite que empresas utilizem a tecnologia blockchain de forma gratuita. Ela dá acesso a uma API de integração de redes de qualquer tipo de negócio com as outras redes de blockchain disponíveis no país.

O objetivo da Blockchain One era claro quando lançaram a plataforma: expandir e facilitar o uso dessa tecnologia por empresas brasileiras. Eles perceberam esse enorme potencial, e entendem que baratear e facilitar o acesso pode ser um grande motivador para essa expansão. A previsão da empresa é atender a mais de 10 mil empresas em 2024.

O acesso da plataforma da Blockchain One é gratuito até uma certa quantidade de arquivos, e quantidades maiores exigem planos específicos junto à empresa.

O importante aqui é perceber que há espaços para ampliação do uso da blockchain por empresas brasileiras e há quem busque explorá-lo. Assim, é possível mapear uma série de iniciativas de sucesso com aplicações diversas da tecnologia blockchain em diversos campos, no Brasil.

Trexx: um importante caso de sucesso de startup brasileira

A Trexx é um exemplo de startup brasileira bem sucedida que atua com soluções usando tecnologia blockchain. Em setembro de 2023, por exemplo, participou de uma competição organizada pela Ethereum Singapura, de tecnologia financeira, obtendo o 1º lugar na categoria bens e serviços.

A empresa criou um protocolo de escore baseado na blockchain Polygon. Ele é usado de maneira a gerar mais transparência, por exemplo, para organizações que pretendem mostrar a seus financiadores mais detalhes sobre como e onde estão gastando recursos.

O produto que rendeu o prêmio para a empresa faz um rastreamento de informações na blockchain e cria um score de crédito para cada usuário. Há um verdadeiro cruzamento de informações que criam um perfil de usuário que pode ser utilizado de várias maneiras, desde análise de crédito até para jogos.

Rede social brasileira baseada em blockchain

Em maio de 2023, no Web Summit Rio, foi feito o pré-lançamento da SoulPrime, que além de ser a primeira rede social totalmente brasileira, ela se diferencia das mais tradicionais, controladas pelas big techs — como o Facebook, x/Twitter, Google etc. — por ser pioneira como rede social totalmente baseada em blockchain.

A plataforma, além disso, promete desde remunerar usuários e criadores de conteúdo, até usar da natureza descentralizada da blockchain para garantir desde mais privacidade e segurança a usuários, até mesmo combater, de forma efetiva, problemas como o das grandes redes de desinformação que funcionam nas redes sociais.

A SoulPrime é uma proposta de rede social totalmente estruturada segundo uma abordagem da web3, ou seja, tudo baseado em blockchain, com dados e conteúdo gerado por usuários podendo ser remunerados em criptomoeda.

Isso proporcionaria um melhor controle de usuários e menor das empresas quanto ao conteúdo gerado e consumido, problema já apontado há anos nas redes sociais tradicionais. Sem contar que, assim como funciona com as criptomoedas, a descentralização da checagem e da credibilidade das informações geradas pode, enfim, ser uma alternativa às redes de desinformação que nos causam tantos problemas, sem qualquer necessidade de ingerência externa (como o poder estatal ou de grandes empresas privadas, por exemplo).

Conclusão: um espaço em expansão

Como é possível ver, há iniciativas de sucesso no Brasil que mostram um enorme potencial de expansão de negócios com startups que recorrem à tecnologia blockchain. Ainda há muito a ser feito no país, mas já há bons exemplos de modelos de empresa e ideias de negócios que podem impactar vários setores da economia. 

Fora os exemplos citados e analisados acima, existem muitos outros de sucesso no Brasil. Muitos atuando em serviços financeiros, outros em setores como jogos, e vários atuantes em inúmeros campos.

Enfim, vale a pena acompanhar essas startups e observar as tendências de desenvolvimento desses negócios.