A Bolsa de Valores brasileira (B3) anunciou nesta terça-feira (30) a exclusão das ações da Gol (GOLL4) de todos os seus índices, em decorrência do pedido de Chapter 11, recuperação judicial, apresentado pela empresa perante o Tribunal de Falências dos EUA.
A despedida da companhia aérea do Ibovespa aconteceu de forma melancólica. As ações da Gol despencaram 26,97%, contadas a R$ 2,87, liderando as perdas do dia. No ano, os papéis da companhia aérea já recuaram 65%, a maior desvalorização da bolsa até o momento.
Negociação continua
As ações da Gol serão removidas dos índices IBOV, IBRA, IBXX, ICO2, IDVR, IGCT, IGCX, ITAG, IVBX e SMLL ao seu preço de fechamento após o término do pregão regular da terça-feira, 30, com sua participação redistribuída de forma proporcional aos outros membros da carteira, mediante ajustes apropriados nos redutores.
Dessa forma, as ações da Gol continuarão sendo negociadas normalmente, mas serão listadas na B3 sob a categoria de “Outras Condições”, a partir do pregão desta terça-feira (30).
Com essa desvalorização, a Gol teve uma redução de R$ 674 milhões em seu valor de mercado (market cap), passando a ser avaliada em R$ 1.323.758,00.
Gol informa dívidas totais de R$ 40 bi e tenta empréstimo
A Gol, que entrou com pedido de recuperação judicial nos EUA, divulgou novos dados do processo na sexta-feira (26). No documento divulgado, a Gol informou um valor de dívidas avaliadas em US$ 8,3 bilhões, o equivalente a mais de R$ 40 bilhões, no câmbio atual.
Entre outros detalhes do documento, a Gol solicitou que dos US$ 950 milhões em DIP garantidos pelos debenturistas da holding Abra, o valor de US$ 350 milhões seja liberado ainda no início do processo.
DIP é uma modalidade de empréstimo dentro do chapter 11. Ele concede preferência no recebimento aos fornecedores de recursos. A linha aérea indicou à justiça de Nova York que US$ 150 milhões do DIP serão utilizados para o final do processo e o valor de US$ 450 milhões será desembolsado frente a algumas condições.
“O saque provisório de US$ 350 milhões é dimensionado para atender às necessidades de liquidez previstas pelos devedores para o período intermediário, e o acesso a essa liquidez permitirá que os devedores continuam as operações durante esse período”, disse a equipe da aérea no documento à corte de NY.