Economia

BofA acredita em moderação nos cortes da Selic em julho

O BofA projeta novos cortes no mesmo ritmo atual de 0,5 ponto percentual, mas discorda das projeções sobre os próximos passos

Embora o UBS BB e outros bancos antecipem uma aceleração no ritmo de cortes na taxa básica de juros da economia brasileira (Selic), o Bank of America (BofA) adota uma perspectiva diferente. O BofA projeta novos cortes no mesmo ritmo atual de 0,5 ponto percentual, conforme indicado pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, mas discorda das projeções sobre os próximos passos. O banco espera um corte de 0,25 em julho, chegando a uma taxa terminal de 9,5% neste ano.

“As previsões de inflação do corpo técnico permanecem acima da meta média, indicando um sinal agressivo, uma vez que o Conselho reiterou o seu compromisso de prosseguir uma postura contracionista monetária para reancorar as expectativas de inflação”, destacam os economistas David Beker e Natacha Perez.

“Na verdade, a taxa real ex-ante – descontando a inflação esperada para 12 meses – caiu para 7,1%, acima da estimativa da taxa neutra do banco central de 4,5%”, completa o BofA.

De acordo com o Bank of America (BofA), os dois novos conselheiros, Paulo Pichetti e Rodrigo Alves, votaram de forma consistente com os demais membros do Copom do Banco Central, sem emitir “sinais específicos” por meio de suas ações.

UBS BB estima aceleração no ritmo de cortes na Selic em junho

Após a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de reduzir a taxa de juros básica da economia brasileira, a Selic, em meio ponto percentual, o banco UBS BB divulgou um relatório projetando mais dois cortes da mesma magnitude antes de uma aceleração no ritmo. “Sem contradizer a orientação futura do Copom, nosso cenário base tem uma aceleração para 75 pb na reunião de junho”, destaca o banco.

O UBS BB sustenta sua visão com base em dois principais motivos: permanece 80 pontos base abaixo do consenso nas projeções de inflação para 2024, com a expectativa de que “parte significativa desta surpresa descendente da inflação aconteça no segundo trimestre”. Além disso, antecipa que o Federal Reserve (Fed) dos EUA iniciará o ciclo de cortes antes de junho, fatores que devem ser levados em consideração pelo Copom.

Portanto, o banco projeta dois cortes de 75 pontos-base em junho e julho, prevendo que a Selic atinja 8% até novembro. “Apesar da taxa nominal mais baixa, isso significa uma previsão de taxa real semelhante em comparação com o Boletim Focus, já que o consenso tem uma expectativa 1 p.p. maior para a taxa Selic terminal, mas tem expectativa de inflação 0,8 p.p. maior em relação ao nosso cenário (UBSe 3% para 2024)”, concluem os economistas Rodrigo Martins, Alexandre de Azara e Fabio Ramos.