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Payroll: EUA criam 353 mil vagas em janeiro, mais que o esperado

O resultado é ainda maior do que os números de dezembro, que foram revisados de 216 mil para 333 mil novos empregos

Os EUA geraram 353 mil empregos fora do setor agrícola em janeiro, superando significativamente as expectativas dos analistas, de acordo com os dados do relatório Payroll divulgados pelo Departamento do Trabalho nesta sexta-feira (2).

A previsão dos analistas, conforme o consenso LSEG, era de criação de 180 mil vagas no mês, ficando abaixo do resultado real de 353 mil empregos gerados nos EUA em janeiro. Além disso, o resultado é ainda maior do que os números de dezembro, que foram revisados de 216 mil para 333 mil novos empregos.

A taxa de desemprego permaneceu em 3,7% pelo terceiro mês consecutivo, surpreendendo positivamente em relação à estimativa de 3,8% pelo consenso de analistas. A quantidade de desempregados nos EUA registrou uma leve queda, passando de 6,3 milhões para 6,1 milhões de pessoas.

A taxa de participação na força de trabalho manteve-se estável em 62,5% em janeiro, em comparação com o mês anterior.

De acordo com os dados, em janeiro, observou-se aumento no emprego nos setores de serviços profissionais e empresariais, cuidados de saúde, comércio varejista e assistência social. No entanto, houve uma redução no emprego na indústria de mineração e na extração de petróleo e gás.

Análise dos dados

Para Rodrigo Cohen, analista CNPI e co-fundador da Escola de Investimentos, os dados de emprego nos EUA vieram bem mais fortes que o esperado mostrando que a economia americana segue aquecida e, com isso, o dólar começou a subir e bolsas americanas caíram.

“Por aqui, o Ibovespa também virou para queda refletindo os dados que pegaram o mercado de surpresa, já que o esperado pelo consenso era a criação de 180 mil vagas no mês e foram criadas 353 mil vagas, número bem acima”, comenta Cohen.

“Em seu último discurso, Powell adotou uma postura mais hawkish deixando claro que não devem baixar os juros no curto prazo, o que jogou um balde de água fria e deixou o mercado bem pessimista, já que se esperava alguma sinalização de queda para a próxima reunião”, explicou. “Mercado em queda está mostrando claramente que não gostou dos dados”, acrescentou Cohen.