A China cresceu cerca de 5% economicamente no ano passado, uma porcentagem correspondente às expectativas do país. Contudo o desempenho econômico chinês deve sofrer uma desacelaração a partir deste ano, com previsão de alta de 3,4% em 2028, conforme detalhado no relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) que foi divulgado nesta sexta-feira (2).
O produto interno bruto (PIB) da economia da China também deve ser impactado e enfrentar desaceleração para 4,6% em 2024. Isso comparado à estimativa de 5,4% tida no ano passado, de acordo com as previsões do FMI.
Segundo o Valor Investe, o que deve afetar o crescimento do país este ano são os problemas no setor imobiliário e a demanda mais fraca por exportações. Enquanto isso, visando o médio prazo, a China enfrenta “ventos contrários de baixa produtividade e envelhecimento populacional”, é o que consta no relatório do FMI, elaborado após uma consulta anual com autoridades chinesas.
O foco da consulta do FMI, segundo Sonali Jain-Chandra, chefe da missão do FMI na China, foram medidas que ajudem o setor imobiliário chinês a deixar o patamar de crise que vem se arrastando desde antes da pandemia e reduzir os riscos das dívidas dos governos locais. “Isso é essencial para impulsionar a atividade de curto prazo, restaurar a confiança e mitigar os riscos”, disse o economista.
Respostas à crise na China
O relatório do FMI estima ainda que, caso não haja uma resposta política para os problemas no setor imobiliário e as quedas significativas nos investimentos do setor até 2025, isso poderia resultar no PIB entre 1 e 0,8 ponto porcentual mais baixo que o previsto em 2024 e 2025. Dessa forma, o crescimento da China teria uma redução para o nível de 3%.
O país asiático chegou a se recuperar em 2023, conforme os gastos dos consumidores serviram de impulso para a reabertura pós-pandemia, junto com políticas governamentais favoráveis. Por isso, o FMI elevou sua perspectiva recente para o crescimento chinês em 2024.
Porém, segundo o Valor, a crise contínua no setor imobiliário e as pressões fiscais sobre os governos locais, seguem sendo um desafio. O destaque do FMI é de que a expectativa sobre a China é especialmente incerta, dada as grandes desigualdades, como o excesso de investimento em infraestrutura e habitação.
“Uma contração mais profunda do que o esperado no setor imobiliário poderia pesar ainda mais na demanda privada, piorar a confiança, aumentar as tensões fiscais dos governos locais e resultar em pressões desinflacionárias e em ciclos macro financeiros adversos”, alerta o relatório.