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Bancos ao redor do mundo veem nova crise com perdas imobiliárias

O New York Community Bancorp reportou um prejuízo de US$ 252 milhões no último trimestre

Quase 12 meses após uma crise bancária nos Estados Unidos, que resultou na queda de três credores regionais e na intervenção de emergência do Credit Suisse na Europa, uma nova onda de preocupação está se espalhando entre bancos em Nova Iorque, Tóquio e Zurique.

O cenário problemático que une essas instituições é o aumento das perdas relacionadas a empréstimos no setor imobiliário comercial. O New York Community Bancorp, ao reportar um prejuízo de US$ 252 milhões no último trimestre, viu suas ações despencarem 38% em um único dia.

O banco regional reservou US$ 552 milhões no quarto trimestre para cobrir perdas em empréstimos, um salto significativo em relação aos US$ 62 milhões do trimestre anterior. Parte desse aumento está associada às perdas esperadas em um empréstimo destinado a financiar um edifício de escritórios.

A queda nas ações do NYCB influenciou a queda de 6% no Índice Bancário Regional KBW, sua maior retração diária desde maio passado, quando a First Republic se tornou a terceira vítima bancária nos EUA em 2023.

Desafios globais e impactos regionais

O Aozora Bank, do Japão, também enfrentou dificuldades, afirmando que os empréstimos inadimplentes ligados a escritórios nos EUA contribuíram para a perda anual projetada de 28 bilhões de ienes (US$ 190 milhões) no ano passado.

O Julius Baer, banco suíço, anunciou uma queda de 55% no lucro ajustado devido a perdas de 586 milhões de francos suíços (US$ 680 milhões) em empréstimos para um único “conglomerado europeu”.

Perspectivas e desafios futuros

Tanto nos EUA quanto no Japão, as instituições financeiras estão atentas à exposição ao mercado imobiliário comercial, cujo valor de muitos edifícios despencou com o aumento do trabalho remoto. As taxas de juros elevadas tornaram ainda mais difícil para os promotores imobiliários honrarem seus compromissos.

A instabilidade persiste na Europa, e o Julius Baer prevê que o mercado de escritórios nos EUA levará mais um ou dois anos para se estabilizar, à medida que as pessoas retornam ao trabalho presencial e o Federal Reserve ajusta as taxas de juros. O cenário internacional destaca os desafios enfrentados pelos bancos em um ambiente econômico global dinâmico e complexo.