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Alemanha provavelmente está em recessão, diz BC

"Ainda não há recuperação para a economia alemã", disse o banco central alemão

O Bundesbank, Banco Central da Alemanha, afirmou em seu relatório mensal regular nesta segunda-feira (19), que a maior economia da Europa pode estar enfrentando uma recessão devido à demanda externa fraca, a cautela dos consumidores e o investimento doméstico contido pelos altos custos de empréstimos.

Desde a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022, a Alemanha tem enfrentado desafios significativos, incluindo o aumento dos custos de energia. Com uma economia vasta e um forte setor industrial, o país está enfrentando seu quarto trimestre consecutivo de crescimento estagnado ou negativo, o que está impactando toda a zona do euro.

“Ainda não há recuperação para a economia alemã”, disse o Bundesbank. “A produção pode diminuir ligeiramente de novo no primeiro trimestre de 2024. Com o segundo declínio consecutivo na produção econômica, a economia alemã estaria em uma recessão técnica.”

Projeções da Alemanha

O fraco desempenho levantou preocupações sobre a viabilidade do modelo econômico alemão. Críticos argumentam que uma parte significativa da indústria pesada, que é altamente dependente de energia, está enfrentando exclusão dos mercados internacionais. Isso tem gerado debates sobre a necessidade de uma transformação econômica.

No entanto, o governo recuou em relação às projeções sombrias, argumentando que a situação atual é resultado de uma “tempestade perfeita” envolvendo altos custos de energia, demanda chinesa enfraquecida e inflação rápida. Eles sugerem que esses fatores temporários estão retardando o crescimento, mas não representam uma ameaça fundamental à estratégia econômica do país.

O Bundesbank argumenta que a fraqueza persistirá por enquanto. Há uma tendência de queda na demanda industrial externa, e a carteira de pedidos está diminuindo.

As empresas também estão segurando seus investimentos, em parte devido ao aumento acentuado nos custos de financiamento desde que o Banco Central Europeu elevou as taxas de juros para um nível recorde, numa tentativa de combater a inflação, relatou o banco central.

O significativo aumento dos salários nominais também está impactando as empresas, enquanto as greves em setores-chave, como o de transportes, podem exercer pressão adicional sobre o crescimento no trimestre.