Após se tornar a maior de semicondutores, chegando aos US$ 2 trilhões em valor de mercado, a NVidia (NVDC34) engatou uma corrida entre empresas de tecnologia.
A NVidia (NVDC34) é a única capaz de fornecer softwares de IA (inteligência artificial) em larga escala, fazendo o setor correr atrás do gap tecnológico — incluindo seus clientes, como Google (GOGL34), Meta (M1TA34) e Microsoft (MSFT34), que agora buscam independência para fabricar GPUs e chips.
Os bons resultados impulsionaram as ações da organização. Agora o mercado acredita que, além dela, a movimentação de seus pares também deve ser observada.
“A Nvidia certamente está liderando esta corrida sideral, mas não tenho dúvidas de que muitas outras empresas vão querer ganhar relevância nesse espaço. Inteligência artificial é a nova fronteira transformacional da tecnologia e o grande vetor de aumento de produtividade nos próximos anos”, disse o economista-chefe da Nomad, Danilo Igliori, ao BPMoney.
Em complemento, o gestor financeiro, especialista em investimentos e Finanças, Marlon Glaciano, destaca que o setor é muito promissor e há muito espaço para crescimento.
Sendo assim, é natural que outras empresas entrem nessa disputa, retirando o foco somente das maiores, como Google, Apple (AAPL34), Microsoft etc.
“Consequentemente essa disparada despertou os olhos de outras empresas no segmento, fomentando uma grande corrida nesse exato momento, já que a cada dia que passa temos mais demanda de processamento e softwares de inteligência artificial”, apontou Glaciano.
A procura por serviços de armazenamentos em nuvem, processamento de dados e afins tem crescido de tal forma que Jensen Huang, fundador e CEO da NVidia (NVDC34), disse que essa procura chegou a níveis críticos.
“A computação acelerada e a IA generativa atingiram o ponto crítico. A demanda está aumentando em todo o mundo entre empresas, indústrias e nações”.
A IA generativa é uma inteligência capaz de criar textos, imagens, etc, em resposta a solicitações em linguagem comum, sem a necessidade do uso de códigos.
Nesse sentido, um dos principais fatores que fazem a organização se destacar é a velocidade em que seu GPU trabalha, sendo o mais rápido do mercado — GPU é um chip que transforma energia em informação.
Ele realiza cálculos e instruções responsáveis pelas imagens que aparecem nas telas, quer seja de computador, celular, TVs, etc.
A companhia tem atendido diversos setores (automotivos, saúde, etc) com os semicondutores, serviços de armazenamento e afins.
NVidia (NVDC34) está correndo sozinha?
Diante do exposto, é possível dizer que a NVidia está a frente de todas as organizações no que diz respeito a tecnologia que está sendo demandada pelo mercado.
Na perspectiva de Bruna Allemann, economista e head de Investimentos Internacionais da Nomos, há uma corrida que a companhia está “correndo sozinha”.
Aparentemente, a empresa é a única que está conseguindo suprir uma alta demanda, de tal forma que até membros da “Magnificent Seven” são seus clientes, ou seja, eles ainda não têm a autonomia para produzir a tecnologia que ela desenvolve em larga escala.
“Nem toda empresa está conseguindo alcançar nessa corrida de inteligência artificial, como o Google”, disse Allemann.
A economista entende que mesmo com o Google apresentando bons resultados, se ele não tiver números crescentes em relação à IA — o que esperado pelo mercado — as ações tendem a cair.
A NVidia anunciou, em 21 de fevereiro, que fechou uma parceira com o Google, onde o novo LLM (moelo aberto de linguagem) da empresa será compatível com todas as plataformas de IA da NVidia, do data center à nuvem e aos PCs locais de IA RTX.
Contudo, na concepção do gestor financeiro, Glaciano, investidores podem usar o cenário para observar as possíveis concorrentes da gigante dos semicondutores.
“Esse seria o momento ideal, pois ainda não chegamos no topo, o mercado ainda está em ascensão. As principais concorrentes da Nvidia são a TSMC, Broadcom e a ASML”.
A asiática TSMC (Taiwan Semiconductor Manufacturing Company) está no mercado desde 1987.
Segundo informações divulgadas, na última segunda-feira (26), pelo “Valor Econômico”, o fundador da organização, Morris Chang, sinalizou que haverá um “renascimento dos chips”. A fala ocorreu durante a cerimônia de abertura da primeira fábrica de chips da TSMC no Japão.
“Esta nova fábrica melhorará a resiliência do fornecimento de chips para o Japão e para o mundo”, pontuou. “Também, acredito, espero, iniciará um renascimento dos semicondutores”, completou.
Para Allemann, essas empresas, que podem ser possíveis concorrentes num futuro, são vistas como satélites. Elas ficam em torno do processo, são companhias que valem ser observadas, mas elas não crescem tanto quando a NVidia.
A empresa vai estabilizar ou terá novo ciclo de ‘entregas’
Os próximos anos de atuação da NVidia tem sido um tópico muito abordado por investidores. O mercado tem interesse em entender como será a trajetória de crescimento da companhia em 2025.
Esses questionamentos ocorrem por que o movimento comum é que a empresa cresça até certo ponto e depois esbalize seu preço e sua atuação. Richard Clode, gerente de portfólio de Tecnologia na Janus Henderson Investors, disse que a organização quer “convencer o mercado de que não está prestes a se estabilizar tão cedo”.
“Os principais vetores para isso são as transições geracionais em computação, a amplitude da base de clientes, as restrições contínuas de fornecimento, seu roteiro e o potencial para reacender um negócio na China. ”
A pós a divulgação do resultado do último trimestre a companhia declarou: “o próximo ano trará novos ciclos de produtos importantes com inovações excepcionais para ajudar a impulsionar a nossa indústria”.
Diversos setores são atendidos pela organização, o que, inclusive, foi pontuado por Clode.
“A base de clientes da empresa está se expandindo da concentração tradicional de hiperscaler em nuvem para empresas de vários setores, com a gerência destacando negócios multibilionários nos setor automotivo, de saúde e de serviços financeiros”.
Esse processo de entrada em diversos setores, de fato, faz a organização enxergar dores que podem ser sanadas por seus produtos. É um movimento muito importe para se manter num espaço de inovação.