O banco Itaú (ITUB4) captou, nos últimos quatro meses, R$1 bilhão por mês com a criação de 40 fundos exclusivos.
A Itaú Asset, gestora da instituição financeira, ganhou, em fevereiro, um impulso na demanda devido à proibição a planos de previdência exclusivos e restritos com saldos individuais acima de R$ 5 milhões.
Este ano, a taxação dos fundos exclusivos fechados passaram a descontar os come-cotas semestrais, o que levou ao aumento da procura por fundos também restritos nos bancos, mas concentrados em títulos isentos.
Pedro Boainain, chefe de investimentos para fundos de crédito, renda fixa e indexados da Itaú Asset, ressaltou que, com a restrição a fundos exclusivos de previdência – potencial destino – o movimento se intensificou.
A gestora do Itaú (ITUB4) está ampliando a sua atuação para o chamado “mid-yield” (rendimento médio) – avaliação de crédito um nível abaixo do mais alto – devido à elevação de preços dos papéis e a redução dos spreads.
Fayga Czerniakowski Delbem, superintendente de crédito privado da Itaú Asset, contou sobre as boas oportunidades para o segmento em 2024.
“Vemos bons créditos não só em triplo A, que já estão abaixo de 2023, sem perspectivas de valorização”, diz, segundo o “Valor Econômico”.
“É preciso achar valor no restante em oferta no mercado, mudar o perfil dos portfólios, encontrar as ‘rising stars’, e quem tem maior potencial e capacidade de análise vai achar antes”, completou Boainain, que afirma que a pulverização das carteiras acima da média do mercado, com 150 a 200 ativos, reduz os níveis de perdas esperadas.
Itaú (ITUB4) amplia escopo de atuação
De acordo com o Itaú (ITUB4)mercado de crédito privado enfrenta uma agitação significativa no início deste ano, com a taxação dos fundos exclusivos destacando-se como um dos principais motivos por trás desse movimento.
Desde o início das discussões sobre a cobrança no Congresso, esses fundos têm enfrentado uma redução nos fluxos de capital, que agora estão sendo redirecionados para instrumentos isentos de impostos, como debêntures incentivadas, certificados de recebíveis imobiliários (CRIs) e do agronegócio (CRAs), além de papéis bancários (LCIs, LCAs e LIGs).
Com as restrições impostas a essas emissões pelo governo, o foco agora se voltou para as debêntures.
Em meio a esse cenário de alta demanda, que impulsionou os preços dos papéis e reduziu as margens, a Itaú Asset está expandindo sua atuação para o segmento conhecido como “mid-yield”, que engloba empresas com avaliações de crédito um nível abaixo do mais alto, o “duplo A”.
Fayga Czerniakowski Delbem, superintendente de crédito privado da gestora, destaca que esse segmento oferece boas oportunidades, com um potencial significativo em 2024.